“No primeiro dia da semana, bem
cedo, estando ainda escuro, Maria Madalena chegou ao sepulcro e viu que a pedra
da entrada tinha sido removida. Então correu ao encontro de Simão Pedro e do outro discípulo, aquele a quem Jesus
amava, e disse: "Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o
colocaram!" Pedro e o outro discípulo saíram e foram para o sepulcro.” (Jo 20, 1-3)
Páscoa
A reflexão que trago hoje para o blog
Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é bem
concreta e interessante. Tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 20, 1-9 (Jesus não está mais no sepúlcro.
Ele ressuscitou!).
Foi
publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale
a pena ler.
WCejnog
IHU – ADITAL
18 Abril 2019.
Encontrar-nos com o Ressuscitado
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho
de Jesus Cristo segundo Jo 20,1-9 que corresponde ao Domingo de
Ressurreição ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José
Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Segundo o relato de João, Maria de Magdala é
a primeira que vai ao sepulcro, quando ainda está escuro, e descobre
desconsolada que está vazio. Falta-lhe Jesus. O Mestre que a havia compreendido
e curado. O Profeta que ela tinha seguido fielmente até o fim. A quem seguirá
agora? Assim, se lamenta perante os discípulos: “Levaram do sepulcro o Senhor e
não sabemos onde o colocaram”.
Essas palavras de Maria podem expressar a
experiência que muitos cristãos estão experimentando hoje: o que fizemos com
Jesus ressuscitado? Quem o levou? Onde o pusemos? É o Senhor em quem cremos um
Cristo cheio de vida ou um Cristo cuja memória gradualmente desaparece dos
corações?
É um erro que procuremos “provas” para acreditar
com mais firmeza. Não basta recorrer ao Magistério da Igreja. É inútil
investigar as exposições dos teólogos. Para nos encontrarmos com o
Ressuscitado, devemos antes de tudo fazer uma jornada interior. Se não o
encontrarmos dentro de nós, não o encontraremos em nenhum lugar.
João descreve, um pouco mais tarde, Maria correndo
de um lugar para outro para procurar alguma informação. Mas quando vê Jesus,
cega pela dor e as lágrimas, não consegue reconhecê-Lo. Pensa que é o
encarregado do jardim. Jesus apenas lhe faz uma pergunta: “Mulher, por que
choras? A quem procuras?”.
Talvez devêssemos também perguntar-nos algo
semelhante. Por que é que a nossa fé por vezes é tão triste? Qual é a causa
final dessa falta de alegria entre nós? Que procuramos, os cristãos de hoje?
Do que sentimos falta? Estamos procurando um Jesus a que necessitamos sentir
cheios de vida em nossas comunidades?
Segundo o relato, Jesus está a falar com Maria, mas
ela não sabe que é Jesus. É então que Jesus a chama pelo seu nome, com a mesma
ternura que colocava na Sua voz quando caminhavam pela Galileia: “Maria!”. Ela
volta-se rápida: “Rabbuní, Mestre”.
Maria encontra-se com o Ressuscitado quando se
sente pessoalmente chamada por Ele. É assim. Jesus revela-se cheio de vida,
quando nos sentimos chamados pelo nosso próprio nome e ouvimos o convite
que faz a cada um de nós. É então quando a nossa fé cresce.
Não reacenderemos a nossa fé em Cristo
Ressuscitado, alimentando-o somente de fora. Não nos encontraremos com Ele, se
não procurarmos contato íntimo com
a Sua pessoa. É o amor a Jesus conhecido pelos Evangelhos e procurado
pessoalmente nas profundezas do nosso coração o que melhor nos pode conduzir ao
encontro com o Ressuscitado.
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