Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

“Não somente crise econômica”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!



Nenhum servo pode servir a dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.” (Lc 16,13)

Procurar a entender de maneira melhor possível a mensagem de Deus Amor, que é fonte de tudo que existe, é a ideia principal  de todas as reflexões colhidas e publicadas neste blog. 

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito oportuna e útil para os dias de hoje. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Lc 16, 1-13 (parábola do administrador infiel). 

Vale a pena ler e refletir.
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Por José Antônio Pagola
18 Setembro 2019

NÃO SOMENTE CRISE ECONÔMICA

"Você não pode servir a Deus e dinheiro." Essas palavras de Jesus não podem ser esquecidas neste momento por aqueles que se sentem seus seguidores, porque contêm o aviso mais sério que Jesus deixou para a Humanidade. O dinheiro, transformado em um ídolo absoluto, é o grande inimigo para construir esse mundo mais justo e fraterno, querido por Deus.

Infelizmente, a riqueza tornou-se em nosso mundo globalizado um ídolo de imenso poder que, para sobreviver, exige cada vez mais vítimas, desumaniza e empobrece mais ainda a história humana. Atualmente, estamos presos a uma crise gerada em grande parte pelo desejo de acumular.

Praticamente, tudo é organizado, se move e energiza a partir dessa lógica: busca mais produtividade, mais consumo, mais bem-estar, mais energia, mais poder sobre os outros. Essa lógica é imperialista. Se não o impedirmos, pode pôr em perigo o ser humano e o próprio planeta.

Talvez a primeira coisa seja tomar consciência do que está acontecendo. Esta não é apenas uma crise econômica. É uma crise social e humana. Atualmente, temos dados suficientes em nosso ambiente e no horizonte mundial para perceber o drama humano em que vivemos imersos.

É cada vez mais claro ver que um sistema que leva uma minoria dos ricos a acumular cada vez mais poder, abandonando milhões de seres humanos em fome e miséria, é uma tolice insuportável. Inútil procurar em outro lugar.

Mesmo as sociedades mais progressistas não são mais capazes de garantir um trabalho decente para milhões de cidadãos. Que progresso é esse que, jogando todos nós para o bem-estar, deixa tantas famílias sem recursos para viver com dignidade?

A crise está arruinando o sistema democrático. Pressionados pelas exigências do dinheiro, os governantes não podem atender às verdadeiras necessidades de seu povo. O que é política se não está mais a serviço do bem comum?

A diminuição das despesas sociais nos vários campos e a privatização interessada e indigna de serviços públicos, como a saúde, continuarão atingindo os mais indefesos, gerando cada vez mais exclusão, desigualdade vergonhosa e fratura social.

Os seguidores de Jesus não podem viver trancados em uma religião isolada deste drama humano. As comunidades cristãs devem agora ser um espaço de consciência, discernimento e compromisso. Temos que nos ajudar a viver com lucidez e responsabilidade. A crise tem que nos tornar mais humanos e mais cristãos.


Fonte: Facebook/José Antonio Pagola


 

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