Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

“Inclusive os inimigos”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!




“Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.” (Mt 5, 44-45)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é bem concreta e atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Mt 5, 38-48 (“Amai os vossos inimigos”).
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler.
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IHU – ADITAL

21 Fevereiro 2020



Inclusive os inimigos



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,38-48 que corresponde ao 7° Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.



Eis o texto



É inegável que vivemos numa situação paradoxal. «Quanto maior a sensibilidade face aos direitos atropelados ou injustiças violentas, mais cresce o sentimento de ter que recorrer a uma violência brutal ou sem piedade para levar a cabo as profundas mudanças que se anseiam». Assim, dizia há alguns anos, no seu documento final, a Assembleia Geral dos Provinciais da Companhia de Jesus.



Não parece haver outro caminho para resolver os problemas que não o recurso à violência. Não é estranho que as palavras de Jesus ressoem na nossa sociedade como um grito ingênuo e, além disso, discordante: «Amai os vossos inimigos, fazei o bem àqueles que vos odeiam».



E, no entanto, talvez seja a palavra que mais necessitamos ouvir nestes momentos em que, anulados pela perplexidade, não sabemos o que fazer em concreto para retirar do mundo a violência.



Alguém disse que «problemas que só podem ser resolvidos com violência devem ser levantados novamente» (F. Hacker). E é precisamente também aqui que o Evangelho de Jesus tem muito para contribuir hoje, não para oferecer soluções técnicas para conflitos, mas para descobrir em que atitude devemos abordá-los.




Há uma convicção profunda em Jesus. Ao mal não se pode vencer com base no ódio e na violência. O mal é vencido apenas com o bem. Como dizia Martin Luther King, «o último defeito da violência é que produz uma espiral descendente que destrói tudo o que gera. Em vez de diminuir o mal, aumenta-o».

Jesus não se detém a especificar se, em alguma circunstância concreta, a violência pode ser legítima. Pelo contrário, convida-nos a trabalhar e lutar para que nunca seja. Por isso, é importante procurar sempre caminhos que nos levem à fraternidade e não ao fratricídio.

Amar os inimigos não significa tolerar as injustiças e retirar-se confortavelmente da luta contra o mal. O que Jesus viu claramente é que não se luta contra o mal quando se destrói as pessoas. Há que combater o mal, mas sem procurar a destruição do adversário.

Mas não nos esqueçamos de algo importante. Esse apelo a renunciar à violência deve dirigir-se não tanto aos fracos, que quase não têm poder nem acesso à violência destrutiva, mas, sobretudo, a quem maneja o poder, o dinheiro ou as armas e, portanto, podem por isso oprimir violentamente os mais fracos e indefesos.



 

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