Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

“A luz das boas obras.” – Reflexão de José Antonio Pagola.



Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5, 16)

Procurar a entender de maneira melhor possível a mensagem de Deus Amor, que é a fonte de tudo que existe, é a ideia principal  de todas as reflexões colhidas e publicadas neste blog.
A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é uma dessas reflexões e trata da questão de ‘boas obras’. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Mt 5, 13-16 (Vos sois o sal da terra e luz do mundo).
Vale a pena ler e refletir.
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IHU – ADITAL
07 Fevereiro 2020

A luz das boas obras

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,13-16 que corresponde ao Quinto Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Os seres humanos tendem a aparecer diante dos outros como mais inteligentes, melhores, mais nobres do que realmente somos. Passamos a vida tentando aparentar diante dos outros e diante de nós mesmos uma perfeição que não possuímos.

Os psicólogos dizem que essa tendência se deve, sobretudo, ao desejo de afirmar-nos perante nós mesmos e perante os outros, para nos defender assim da sua possível superioridade.

Falta-nos a verdade das «boas obras» e enchemos a nossa vida de conversa e de todo o tipo de divagações. Não somos capazes de dar ao filho um exemplo de vida digna e passamos os dias exigindo o que nós não vivemos.

Não somos coerentes com nossa fé cristã e tentamos justificar-nos criticando aqueles que abandonaram a prática religiosa. Não somos testemunhas do evangelho e dedicamo-nos a pregá-la a outros.

Talvez tenhamos que começar por reconhecer pacientemente as nossas incoerências, para apresentar aos outros apenas a verdade de nossa vida. Se tivermos a coragem de aceitar a nossa mediocridade, nos abriremos mais facilmente à ação de Deus que ainda pode transformar a nossa vida.

Jesus fala do perigo de que “o sal se torne insonso”. São João da Cruz diz de outra maneira: «Deus nos livre que se comece a envaidecer o sal, que, embora pareça que faz algo por fora, em substância nada será, quando é verdade que as boas obras não podem ser feitas senão por virtude de Deus».

Para ser “sal da terra”, o importante não é o ativismo, a agitação, o protagonismo superficial, mas "as boas obras" que nascem do amor e da ação do Espírito em nós.

Com que atenção deveríamos escutar hoje na Igreja estas palavras do próprio Juan de la Cruz: “Advirtam, pois, aqui os que são muito ativos e pensam rodear o mundo com as suas predicações e obras exteriores, que muito mais proveito fariam à Igreja e muito mais agradariam a Deus ... se passassem sequer metade desse tempo em estar com Deus em oração".

Caso contrário, de acordo com o místico doutor, “tudo é martelar e fazer pouco mais que nada, e às vezes nada e às vezes até prejudicar”.

No meio de tanta atividade e agitação, onde estão as nossas «boas obras»? Jesus dizia aos seus discípulos: “Ilumine a vossa luz os homens, para que vejam as vossas boas obras e deem glória ao Pai”.



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