"Disse, então, sua mãe aos serventes: <Fazei o que ele vos disser>." (Lc, 2,5)
Abaixo, uma bonita reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc, 2,1-11 (As bodas em Caná na Galileia). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
BOM VINHO
Jesus sempre foi conhecido como o fundador do cristianismo. Hoje, no entanto, outra atitude começa a surgir: Jesus pertence a todos, não apenas aos cristãos. Sua vida e sua mensagem são herança da humanidade.
Ninguém no Ocidente teve tanto poder sobre os corações. Ninguém expressou melhor do que Ele as preocupações e questões do ser humano. Ninguém levantou tanta esperança. Ninguém jamais comunicou uma experiência tão saudável de Deus sem projetar nele ambições, medos e fantasmas. Ninguém abordou a dor humana de maneira tão profunda e cativante. Ninguém abriu uma esperança tão firme ao mistério da morte e da finitude humana.
Dois mil anos nos separam de Jesus, mas sua pessoa e sua mensagem continuam a atrair muitos. É verdade que tem pouco interesse em alguns ambientes, mas também é verdade que a passagem do tempo não apagou sua força sedutora nem abafou o eco de sua palavra. Hoje, quando as ideologias e as religiões experimentam uma profunda crise, a figura de Jesus escapa a toda doutrina e transcende toda religião, para convidar diretamente os homens e mulheres de hoje a uma vida mais digna, feliz e esperançosa.
Os primeiros cristãos experimentaram Jesus como a fonte de uma nova vida. Dele receberam um fôlego diferente para viver. Sem ele, tudo se tornou seco, estéril, maçante novamente. O evangelista João escreve o episódio das bodas de Caná para apresentar simbolicamente Jesus como portador do "bom vinho" capaz de vivificar o espírito.
Jesus pode ser hoje o fermento de uma nova humanidade. Sua vida, sua mensagem e sua pessoa convidam você a inventar novas formas de vida saudável. Ele pode inspirar maneiras mais humanas em uma sociedade que busca o bem-estar sufocando o espírito e matando a compaixão. Ele pode despertar o gosto por uma vida mais humana em pessoas desprovidas de interioridade, pobres de amor e necessitadas de esperança.
2 Tempo Comum - C (João 2,1-11)
16 de janeiro de 2022
Jose Antonio Pagola
Fonte: Facebook
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