Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 2 de dezembro de 2023

“Quando o horizonte se torna sombrio”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

“O que vos digo, digo a todos: vigiai!". (Mc 13,37)

Hoje temos uma ótima reflexão, que tem como a base o texto bíblico Mc 13,33-37  (Parábola sobre a vigilância). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

29 de novembro de 2023

Quando o horizonte se torna sombrio

A falta de esperança está gerando entre nós mudanças profundas que nem sempre sabemos compreender. Quase sem nos apercebermos, as políticas que visam uma vida mais humana estão a desaparecer do horizonte. Fala-se cada vez menos de programas ou projetos de libertação que procuram maior justiça e solidariedade entre os povos.

Quando o futuro se torna sombrio, todos procuramos segurança. Não deixamos nada mudar, as coisas estão indo bem para nós. Que ninguém coloque em risco o nosso bem-estar. Este não é o momento de pensar em grandes ideais de justiça para todos, mas de defender a ordem e a tranquilidade.

Aparentemente não sabemos como ir além desta reação quase instintiva. Os especialistas dizem-nos que os graves problemas ambientais, o fenômeno do terrorismo desesperado ou a crescente perseguição dos famintos que penetram nas sociedades de bem-estar social não estão aparentemente a causar quaisquer mudanças profundas na vida pessoal dos indivíduos. Apenas resta temor e a busca por segurança. Todos procuram aproveitar ao máximo seu pequeno bem-estar.

Sem dúvida, muitos sentem um estranho sentimento de culpa, vergonha e tristeza. Também sentimos uma espécie de cumplicidade pela nossa indiferença e pela nossa incapacidade de reagir. No fundo não queremos saber nada sobre um mundo novo, só pensamos na nossa segurança.

Fontes cristãs preservaram um chamado de Jesus para momentos catastróficos: “Despertai, vivei vigilantes”. O que essas palavras significam hoje? Despertar de uma vida que corre tranquilamente no egoísmo? Despertar da frivolidade que nos rodeia a todo momento, impedindo-nos de ouvir a voz da consciência? Libertar-nos da indiferença e da resignação?

Não deveriam as comunidades cristãs ser um lugar privilegiado para aprender a viver despertos, sem fechar os olhos, sem fugir do mundo, sem procurar amar a Deus de costas para quem sofre?

1 Advento – B

(Marcos 13:33-37)

3 de dezembro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

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