Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

domingo, 31 de dezembro de 2023

“Viver sem acolher a luz”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!

 

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” (Jo 1. 1-5)

Neste primeiro domingo da semana de Natal (e último domingo do ano) podemos usufruir de uma bela reflexão, muito atual e esclarecedora, que tem como base o texto bíblico Jo 1,1-18 (Prólogo). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

 

José Antonio Pagola

Domingo, 31 de dezembro

Viver sem acolher a luz

Todos nós cometemos erros e erros ao longo de nossas vidas. Calculamos mal as coisas. Não medimos bem as consequências dos nossos atos. Deixamo-nos levar pela paixão ou pela insensatez. Somos assim. No entanto, estes não são os erros mais graves. O pior é ter a vida planejada de maneira errada. Vejamos um exemplo.

Todos sabemos que a vida é uma dádiva. Não fui eu quem decidiu nascer. Eu não me escolhi. Não escolhi meus pais ou meu povo. Tudo foi dado a mim. Viver já é, desde a sua origem, receber. A única maneira de viver com sensatez é abraçar com responsabilidade o que me é dado.

Porém, nem sempre pensamos assim. Acreditamos que a vida é algo que nos é devido. Sentimo-nos donos de nós mesmos. Achamos que a melhor forma de viver é organizar tudo de acordo com nós mesmos. Eu sou a única coisa importante. O que os outros importam?

Alguns não sabem viver senão exigindo. Eles sempre exigem e exigem mais. Têm a impressão de nunca receberem o que lhes é devido. São como crianças insaciáveis, que nunca ficam felizes com o que têm. Eles não fazem nada além de perguntar, reclamar, lamentar. Mesmo sem perceber, eles gradualmente se tornam o centro de tudo. Eles são a fonte e a norma. Eles têm que subordinar tudo ao seu ego. Tudo deve ser instrumentalizado em seu benefício.

A vida da pessoa então se fecha sobre si mesma. O presente de cada dia não é mais aceito. O reconhecimento e a gratidão desaparecem. Não é possível viver com o coração dilatado. Continuamos a falar de amor, mas “amar” agora significa possuir, desejar o outro, colocá-lo ao meu serviço.

Esta forma de encarar a vida leva a viver fechados em Deus. A pessoa fica incapaz de hospedar. Ele não acredita na graça, não se abre ao novo, não ouve nenhuma voz, não suspeita de nenhuma presença em sua vida. É o indivíduo quem preenche tudo. É por isso que a advertência do Evangelho de João é tão séria: «A Palavra era a verdadeira luz que ilumina todo homem. Ela veio ao mundo... e o mundo não a conheceu. "Ela veio para sua casa e seu povo não a recebeu." Nosso grande pecado é viver sem acolher a luz.

Domingo de Natal - B

(João 1,1-18)

Fonte: Facebook


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