As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.
Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
domingo, 31 de março de 2024
Páscoa. Jesus ressuscitou!
A fé em Jesus ressuscitado.
“A fé em Cristo ressuscitado não nasce em nós espontaneamente, apenas porque crescemos como catequistas e pregadores. Para nos abrirmos à fé na ressurreição de Jesus, devemos seguir o nosso próprio caminho. É decisivo não esquecer Jesus, amá-lo com amor e buscá-lo com todas as nossas forças, mas não no mundo de dois mortos. Quem vive tem que garantir o fim da vida.
Se quisermos encontrar o Cristo ressuscitado, o da vida e da força criativa, devemos procurá-lo não numa religião morta, reduzida ao cumprimento e cumprimento externo de leis e normas, mas onde se vive segundo o Espírito de Jesus, amparado pela fé, pelo amor e pela responsabilidade dos seus seguidores.
Devemos procurá-lo não entre cristãos divididos e confrontados em lutas estéreis, vazios de amor a Jesus e de paixão pelo Evangelho, mas onde construímos comunidades que colocam Cristo no centro, porque sabem que «onde dois ou três estão reunidos em o nome dele, aí está ele.
Quem vive não encontrará uma fé estagnada e podre, gastando-se em todo tipo de temas e fórmulas vazias de experiência, mas simplesmente procurando uma nova qualidade na nossa relação com ele e na nossa identificação com o seu projeto. Um Jesus morto e inerte, que não nos apazigua nem seduz, que não toca os nossos corações e não contagia a sua liberdade, é um “Jesus morto”. Não é o Cristo vivo, ressuscitado por Pai. Não é ele quem vive e enfrenta a vida.”
José Antonio Pagola
Fonte: Facebook
sábado, 23 de março de 2024
“O gesto supremo”. – Reflexão de José Antonio Pagola.
“Faltavam dois dias para a Páscoa e para a festa em que se comiam os pães sem fermento. Os chefes dos sacerdotes e os doutores da lei procuravam maneira de prender Jesus, às escondidas do povo, para o matarem. Pois diziam que não convinha prendê-lo durante a festa para não provocarem alvoroço entre o povo.” (Mc 14,1-2)
Domingo de Ramos 2024
Hoje temos uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Marcos 14,1—15:4 (A conspiração para matar Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
21 de março de 2024
O gesto supremo
Jesus contava com a possibilidade de um fim violento. Ele não era ingênuo. Ele sabe a que está se expondo se continuar a insistir no projeto do reino de Deus. Uma vida digna para os “pobres” e “pecadores” é tão radicalmente impossível sem provocar a reação daqueles que não estão interessados em nenhuma mudança.
Certamente, Jesus não é um suicida. Ele não busca a crucificação. Ele nunca quis sofrimento para os outros ou para si mesmo. Toda a sua vida foi dedicada a combatê-la onde quer que a encontrasse: na doença, na injustiça, no pecado ou na desesperança. É por isso que ele não corre atrás da morte agora, mas também não recua.
Ele continuará a acolher os pecadores e os excluídos, mesmo que as suas ações irritem o templo. Se acabarem por condená-lo, ele morrerá também como criminoso e excluído, mas a sua morte confirmará o que foi toda a sua vida: a confiança total num Deus que não exclui ninguém do seu perdão.
Jesus continuará a anunciar o amor de Deus até ao fim, identificando-se com os mais pobres e desprezados do império, por mais que incomode os que estão próximos do governador romano. Se um dia for executado na cruz, reservada aos escravos, também morrerá como um escravo desprezível, mas a sua morte selará para sempre a sua fidelidade ao Deus que defende as vítimas.
Cheio do amor de Deus, continuará a oferecer a “salvação” a quem sofre o mal e a doença: “acolherá” aqueles que são excluídos pela sociedade e pela religião; Ele dará o “perdão” gratuito de Deus aos pecadores e às pessoas perdidas, incapazes de retornar à sua amizade. Esta atitude salvífica, que inspira toda a sua vida, inspirará também a sua morte.
Para os seguidores de Jesus, celebrar a paixão e a morte do Senhor é uma gratidão emocional, uma adoração alegre do amor “incrível” de Deus e um chamado para viver como Jesus, solidário com os crucificados.
Domingo de Ramos-B
(Marcos 14:1—15:47)
24 de março
José Antonio Pagola
goodnews@ppc-editorial.com
Fonte: Facebook
sábado, 16 de março de 2024
“Não se ama impunimente”. – Reflexão de José Antonio Pagola.
“Digo verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas, se morrer, dará muito fruto. Aquele que ama a sua vida a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo a conservará para a vida eterna.” (Jo 12, 24-25)
5º Domingo de Quaresma
A reflexão de hoje tem como base o texto bíblico Jo 12, 20-33 (Morrer para viver e dar frutos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
13 março 2024
Não se ama impunimente
Poucas frases são tão provocativas como as que ouvimos hoje no Evangelho: <Se o grão de trigo não cair na terra e morrer, permanece infértil; mas se morrer, dá muito fruto>. O pensamento de Jesus é claro. Você não pode gerar vida sem dar a sua própria. Você não pode fazer os outros viverem se não estiver disposto a “sair do seu caminho” pelos outros. A vida é fruto do amor e brota na medida em que sabemos doar-nos.
É natural que nos afastemos da dor, que procuremos evitá-la sempre que possível, que lutemos para suprimi-la de nós. Mas precisamente por esta razão existe um sofrimento que deve ser assumido na vida: o sofrimento aceito como o preço do nosso esforço para fazê-lo desaparecer entre os homens. <A dor só é boa se realizar o processo da sua supressão>. (Dorothee Sölle).
É claro que na vida poderíamos evitar muitos sofrimentos, amarguras e decepções. Bastaria fechar os olhos ao sofrimento dos outros e fechar-nos na busca egoísta da nossa felicidade. Mas seria sempre um preço muito alto: simplesmente deixar de amar.
Quando se ama e vive a vida intensamente, não se pode viver indiferente ao grande ou pequeno sofrimento das pessoas. Quem ama fica vulnerável. Amar os outros inclui sofrimento, “compaixão”, solidariedade na dor. <Não há sofrimento que nos possa ser estranho> (K. Simonow). Esta dolorosa solidariedade traz salvação e libertação aos seres humanos. Isto é o que descobrimos no Crucificado: quem partilha a dor e se solidariza com quem sofre, salva.
5Quaresma-B
(João 12,20-33)
17 de março
José Antonio Pagola
Fonte: Facebook