Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 16 de março de 2024

“Não se ama impunimente”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

“Digo verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas, se morrer, dará muito fruto. Aquele que ama a sua vida a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo a conservará para a vida eterna.”  (Jo 12, 24-25)

 

5º Domingo de Quaresma

A reflexão de hoje tem como base o texto bíblico Jo 12, 20-33 (Morrer para viver e dar frutos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

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Por José Antonio Pagola

13 março 2024

Não se ama impunimente

Poucas frases são tão provocativas como as que ouvimos hoje no Evangelho: <Se o grão de trigo não cair na terra e morrer, permanece infértil; mas se morrer, dá muito fruto>. O pensamento de Jesus é claro. Você não pode gerar vida sem dar a sua própria. Você não pode fazer os outros viverem se não estiver disposto a “sair do seu caminho” pelos outros. A vida é fruto do amor e brota na medida em que sabemos doar-nos.

No Cristianismo, o sofrimento que está ao nosso alcance e pode ser eliminado e o sofrimento que não podemos eliminar nem sempre foram claramente distinguidos. Há um sofrimento inevitável, reflexo da nossa condição de criatura, e que nos revela a distância que ainda existe entre o que somos e o que somos chamados a ser. Mas também existe sofrimento que é resultado do nosso egoísmo e injustiça. Um sofrimento com o qual as pessoas se machucam.

É natural que nos afastemos da dor, que procuremos evitá-la sempre que possível, que lutemos para suprimi-la de nós. Mas precisamente por esta razão existe um sofrimento que deve ser assumido na vida: o sofrimento aceito como o preço do nosso esforço para fazê-lo desaparecer entre os homens. <A dor só é boa se realizar o processo da sua supressão>. (Dorothee Sölle).

É claro que na vida poderíamos evitar muitos sofrimentos, amarguras e decepções. Bastaria fechar os olhos ao sofrimento dos outros e fechar-nos na busca egoísta da nossa felicidade. Mas seria sempre um preço muito alto: simplesmente deixar de amar.

Quando se ama e vive a vida intensamente, não se pode viver indiferente ao grande ou pequeno sofrimento das pessoas. Quem ama fica vulnerável. Amar os outros inclui sofrimento, “compaixão”, solidariedade na dor. <Não há sofrimento que nos possa ser estranho> (K. Simonow). Esta dolorosa solidariedade traz salvação e libertação aos seres humanos. Isto é o que descobrimos no Crucificado: quem partilha a dor e se solidariza com quem sofre, salva.

5Quaresma-B

(João 12,20-33)

17 de março

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook

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