“Faltavam dois dias para a Páscoa e para a festa em que se comiam os pães sem fermento. Os chefes dos sacerdotes e os doutores da lei procuravam maneira de prender Jesus, às escondidas do povo, para o matarem. Pois diziam que não convinha prendê-lo durante a festa para não provocarem alvoroço entre o povo.” (Mc 14,1-2)
Domingo de Ramos 2024
Hoje temos uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Marcos 14,1—15:4 (A conspiração para matar Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
21 de março de 2024
O gesto supremo
Jesus contava com a possibilidade de um fim violento. Ele não era ingênuo. Ele sabe a que está se expondo se continuar a insistir no projeto do reino de Deus. Uma vida digna para os “pobres” e “pecadores” é tão radicalmente impossível sem provocar a reação daqueles que não estão interessados em nenhuma mudança.
Certamente, Jesus não é um suicida. Ele não busca a crucificação. Ele nunca quis sofrimento para os outros ou para si mesmo. Toda a sua vida foi dedicada a combatê-la onde quer que a encontrasse: na doença, na injustiça, no pecado ou na desesperança. É por isso que ele não corre atrás da morte agora, mas também não recua.
Ele continuará a acolher os pecadores e os excluídos, mesmo que as suas ações irritem o templo. Se acabarem por condená-lo, ele morrerá também como criminoso e excluído, mas a sua morte confirmará o que foi toda a sua vida: a confiança total num Deus que não exclui ninguém do seu perdão.
Jesus continuará a anunciar o amor de Deus até ao fim, identificando-se com os mais pobres e desprezados do império, por mais que incomode os que estão próximos do governador romano. Se um dia for executado na cruz, reservada aos escravos, também morrerá como um escravo desprezível, mas a sua morte selará para sempre a sua fidelidade ao Deus que defende as vítimas.
Cheio do amor de Deus, continuará a oferecer a “salvação” a quem sofre o mal e a doença: “acolherá” aqueles que são excluídos pela sociedade e pela religião; Ele dará o “perdão” gratuito de Deus aos pecadores e às pessoas perdidas, incapazes de retornar à sua amizade. Esta atitude salvífica, que inspira toda a sua vida, inspirará também a sua morte.
Para os seguidores de Jesus, celebrar a paixão e a morte do Senhor é uma gratidão emocional, uma adoração alegre do amor “incrível” de Deus e um chamado para viver como Jesus, solidário com os crucificados.
Domingo de Ramos-B
(Marcos 14:1—15:47)
24 de março
José Antonio Pagola
goodnews@ppc-editorial.com
Fonte: Facebook
Nenhum comentário:
Postar um comentário