Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 23 de março de 2024

“O gesto supremo”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

Faltavam dois dias para a Páscoa e para a festa em que se comiam os pães sem fermento. Os chefes dos sacerdotes e os doutores da lei procuravam maneira de prender Jesus, às escondidas do povo, para o matarem. Pois diziam que não convinha prendê-lo durante a festa para não provocarem alvoroço entre o povo.” (Mc 14,1-2) 

 

Domingo de Ramos 2024 

 

Hoje temos uma excelente reflexão, baseada no texto bíblico Marcos 14,1—15:4 (A conspiração para matar Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

 Por José Antonio Pagola

21 de março de 2024

O gesto supremo

Jesus contava com a possibilidade de um fim violento. Ele não era ingênuo. Ele sabe a que está se expondo se continuar a insistir no projeto do reino de Deus. Uma vida digna para os “pobres” e “pecadores” é tão radicalmente impossível sem provocar a reação daqueles que não estão interessados ​​em nenhuma mudança.

Certamente, Jesus não é um suicida. Ele não busca a crucificação. Ele nunca quis sofrimento para os outros ou para si mesmo. Toda a sua vida foi dedicada a combatê-la onde quer que a encontrasse: na doença, na injustiça, no pecado ou na desesperança. É por isso que ele não corre atrás da morte agora, mas também não recua.

Ele continuará a acolher os pecadores e os excluídos, mesmo que as suas ações irritem o templo. Se acabarem por condená-lo, ele morrerá também como criminoso e excluído, mas a sua morte confirmará o que foi toda a sua vida: a confiança total num Deus que não exclui ninguém do seu perdão.

Jesus continuará a anunciar o amor de Deus até ao fim, identificando-se com os mais pobres e desprezados do império, por mais que incomode os que estão próximos do governador romano. Se um dia for executado na cruz, reservada aos escravos, também morrerá como um escravo desprezível, mas a sua morte selará para sempre a sua fidelidade ao Deus que defende as vítimas.

Cheio do amor de Deus, continuará a oferecer a “salvação” a quem sofre o mal e a doença: “acolherá” aqueles que são excluídos pela sociedade e pela religião; Ele dará o “perdão” gratuito de Deus aos pecadores e às pessoas perdidas, incapazes de retornar à sua amizade. Esta atitude salvífica, que inspira toda a sua vida, inspirará também a sua morte.

É por isso que os cristãos são tão atraídos pela cruz. Beijamos o rosto do Crucificado, levantamos os olhos para ele, ouvimos as suas últimas palavras... porque na sua crucificação vemos o último serviço de Jesus ao desígnio do Pai, e o gesto supremo de Deus entregando o seu Filho por amor de toda a humanidade.

Para os seguidores de Jesus, celebrar a paixão e a morte do Senhor é uma gratidão emocional, uma adoração alegre do amor “incrível” de Deus e um chamado para viver como Jesus, solidário com os crucificados.

 

 

 

Domingo de Ramos-B

(Marcos 14:1—15:47)

24 de março

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

 

Fonte: Facebook

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