Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

“Para Jesus não há casos perdidos”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!



"E quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa." (Lc 19,5)

Hoje trago para este blog mais uma boa reflexão, muito concreta e atual, de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Como pano de fundo   o texto bíblico Lc 19, 1-10 (Jesus e Zaqueu).
Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg

 
IHU – ADITAL
01 Novembro 2019

Para Jesus não há casos perdidos

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Lc 19,1-10, que corresponde ao 31° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. . No Brasil, as leituras correspondem à Festa de Todos os Santos e Santas, que foi transferida do dia 1º para o dia 03 de novembro.

Eis o texto

Jesus alerta com frequência sobre o risco de ficar preso pela atração irresistível do dinheiro.

O desejo insaciável de bem-estar material pode deitar a perder a vida de uma pessoa. Não faz falta ser muito rico. Quem vive escravo do dinheiro acaba fechado em si mesmo. Os outros não contam. Segundo Jesus, «onde esteja o vosso tesouro, aí estará o vosso coração».

Essa visão do perigo desumanizador do dinheiro não é um recurso do Profeta indignado da Galileia. Diferentes estudos analisam o poder do dinheiro como uma força ligada a impulsos profundos de autoproteção, busca de segurança e medo da caducidade da nossa existência.

Para Jesus, a atração do dinheiro não é um tipo de doença incurável. É possível libertar-se da sua escravidão e começar uma vida mais saudável. O rico não é «um caso perdido». É muito esclarecedor o relato de Lucas sobre o encontro de Jesus com um homem rico de Jericó.

Ao atravessar a cidade, Jesus encontra uma cena curiosa. Um homem de pequena estatura subiu a uma figueira para O poder ver de perto. Não é um desconhecido. Trata-se de um rico, poderoso chefe de cobradores. Para o povo de Jericó, um ser desprezível, um cobrador corrupto e sem escrúpulos. Para os setores religiosos, «um pecador» sem conversão possível, excluído de toda a salvação.

No entanto, Jesus faz-lhe uma proposta surpreendente: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje tenho que ficar em tua casa”. Jesus quer ser acolhido na sua casa de pecador, no mundo de dinheiro e poder deste homem desprezado por todos. Zaqueu desceu de imediato e recebeu-O com alegria. Não tem medo de deixar entrar na sua vida o defensor dos pobres.

Lucas não explica o que aconteceu naquela casa. Diz apenas que o contato com Jesus transforma radicalmente o rico Zaqueu. O seu compromisso é firme. A partir de agora, pensará nos pobres: compartirá com eles os seus bens. Recordará também as vítimas de que abusou: devolverá com juros o que foi roubado. Jesus introduziu na sua vida justiça e amor solidário.

O relato conclui com umas palavras admiráveis de Jesus: “Hoje entrou a salvação nesta casa, pois também este é filho de Abraão”. “Porque o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.

Também os ricos se podem converter. Com Jesus tudo é possível. Ninguém o deve esquecer. Ele veio para procurar e salvar o que nós podemos estar a perder. Para Jesus não há casos perdidos.




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