Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

“A identidade de Jesus”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito interessante!



Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!”.  (Mt 11, 4-6)



Trago hoje uma excelente reflexão, muito concreta e oportuna. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Mt 11, 2-11 (És tu, aquele que há de vir?). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola e foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).



Esta reflexão, como todas as outras desse autor, oferece-nos uma boa oportunidade para conhecermos mais e entendermos melhor as palavras bíblicas, que não raramente apresentam-se difíceis para a nossa compreensão. 



Vale a pena ler!

WCejnóg






IHU – ADITAL

13 Dezembro 2019



A identidade de Jesus



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 11,2-11 que corresponde ao Terceiro Domingo do Advento, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 



Eis o texto



Até a prisão de Maqueronte, onde está preso por Antipas, chegam ao Batista notícias de Jesus. O que ouve deixa-o desconcertado. Não corresponde às suas expectativas. Ele espera um Messias que se imponha com a força terrível do julgamento de Deus, salvando aqueles que receberam seu batismo e condenando aqueles que o rejeitaram. Quem é Jesus?



Para ficar sem dúvidas, encarrega dois discípulos que perguntem a Jesus sobre sua verdadeira identidade: “És Tu o que deve vir ou temos que esperar por outro?” A questão era decisiva nos primeiros momentos do cristianismo.



A resposta de Jesus não é teórica, mas muito concreta e precisa: comuniquem a João “o que estão vendo e ouvindo”. Perguntam-lhe pela sua identidade, e Jesus responde-lhes com sua ação curativa ao serviço dos doentes, dos pobres e dos infelizes que encontra nas aldeias da Galileia, sem recursos nem esperança para uma vida melhor: “Os cegos veem e os inválidos andam; os leprosos estão limpos e os surdos ouvem; os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-se a Boa Nova”.



Para conhecer Jesus, é melhor ver de quem se aproxima e a que se dedica. Para captar bem sua identidade, não basta confessar teoricamente que é Ele o Messias, Filho de Deus. É necessário sintonizar com o seu modo de ser Messias, que não é outro senão o de aliviar o sofrimento, curar a vida e abrir um horizonte de esperança para os pobres.



Jesus sabe que a sua resposta pode decepcionar aqueles que sonham com um Messias poderoso. Por isso acrescenta: “Bem-aventurado aquele que não se sente decepcionado comigo”. Que ninguém espere outro Messias que realize outro tipo de “obras”; que ninguém invente outro Cristo mais ao seu gosto, pois o Filho foi enviado para tornar a vida mais digna e bem-aventurada para todos, até atingir a sua plenitude na festa final do Pai.



Que Messias os cristãos seguem hoje?

Dedicamo-nos a fazer “as obras” que fazia Jesus?

E se não as fazemos, o que estamos a fazer no meio do mundo?

O que estão “vendo” e “ouvindo” as pessoas na Igreja de Jesus?

O que estão vendo nas nossas vidas?

O que escutam nas nossas palavras?

 


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