Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

“Em que temos de mudar?” – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



‘(...) Em nenhum lugar a vida será construída como Deus quer se não for libertando os últimos da sua humilhação e sofrimento. Nunca será abençoada por Deus, nenhuma religião, se não se procura justiça para eles.’ – do texto abaixo.



Hoje trago para o blog Indagações-Zapytania, uma excelente reflexão do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Mt 4, 12-23 (Jesus inicia sua missão). É uma boa ajuda para todas aquelas pessoas que procuram compreender melhor a mensagem bíblica contida nos textos sagrados.

Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).



Vale a pena ler.

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IHU – ADITAL

24 Janeiro 2020



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 4,12-23, que corresponde ao 3° Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 



Eis o texto



Não é difícil resumir a mensagem de Jesus: Deus não é um ser indiferente e distante, que se move no seu mundo, interessado apenas na sua honra e nos seus direitos. É alguém que procura o melhor para todos. Sua força salvadora está a agir no mais profundo da vida. Só quer a colaboração das suas criaturas para conduzir o mundo à sua plenitude: «O reino de Deus está próximo. Mudai».



Mas, o que é colaborar no projeto de Deus? O que é preciso mudar? A chamada de Jesus não se dirige apenas aos «pecadores» para que abandonem sua conduta e se pareçam um pouco mais com os que já observam a lei de Deus. Não é isso que o preocupa. Jesus dirige-se a todos, porque todos têm de aprender a agir de maneira diferente. Seu objetivo não é que em Israel se viva uma religião mais fiel a Deus, mas que seus seguidores introduzam no mundo uma nova dinâmica: a que responde ao projeto de Deus. Indicarei os pontos principais.



A compaixão deve ser sempre o princípio de atuação.



Há que introduzir, no mundo, compaixão por aqueles que sofrem: “Sejam compassivos como é o Vosso Pai»”. Sobram as grandes palavras que falam de justiça, igualdade ou democracia. Sem compaixão para com os últimos não são nada. Sem ajuda prática para com os desgraçados da terra, não há progresso humano.



A dignidade dos últimos deve ser o primeiro objetivo.



“Os últimos serão os primeiros.” Há que imprimir à história uma nova direção. Há que colocar a cultura, a economia, as democracias e as igrejas a olhar para aqueles que não podem viver de forma digna. Há que promover um processo de cura que liberte a humanidade do que a destrói e degrada: “Ide e curai”.



Jesus não encontrou uma linguagem melhor. O decisivo é curar, aliviar o sofrimento, sanear a vida, construir uma convivência orientada para uma vida mais saudável, digna e feliz para todos.



Esta é a herança de Jesus. Em nenhum lugar a vida será construída como Deus quer se não for libertando os últimos da sua humilhação e sofrimento. Nunca será abençoada por Deus, nenhuma religião, se não se procura justiça para eles.




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