“Eu vi e testifico que este é o Filho de
Deus". (Jo 1, 34)
A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é bem concreta e pode ajudar na compreensão da mensagem bíblica. Tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 1, 29-34 (O testemunho de João Batista).
Foi
publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale
a pena ler.
WCejnog
IHU
– ADITAL
17
Janeiro 2020
O primeiro
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o
Evangelho de Jesus Cristo segundo João 1,29-34, que corresponde ao 2°
Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José
Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto.
Alguns ambientes cristãos do primeiro século
estavam muito interessados em não serem confundidos com os seguidores do
Batista. A diferença, segundo eles, era abismal. Os “batistas”
viviam de um rito externo que não transformava as pessoas: um batismo de água.
Os “cristãos”, pelo contrário, deixavam-se transformar internamente pelo
Espírito de Jesus.
Esquecer isso é mortal para a Igreja. O movimento
de Jesus não se sustenta com doutrinas, normas ou ritos vividos do
exterior. É o próprio Jesus que deve “batizar” ou “encher” os seus seguidores
com o seu Espírito. E é este Espírito que os deve animar, impulsionar e
transformar. Sem esse “batismo do Espírito”, não há cristianismo.
Não devemos esquecer. A fé que há na Igreja não
está nos documentos do magistério ou nos livros de teólogos. A única fé real
é a que o Espírito de Jesus desperta nos corações e mentes dos seus seguidores.
Esses cristãos simples e honestos, de intuição evangélica e coração compassivo,
são os que realmente “reproduzem” Jesus e introduzem seu Espírito no mundo.
Eles são o melhor que temos na Igreja.
Infelizmente, existem muitos outros que não
conhecem por experiência essa força do Espírito de Jesus. Eles vivem uma “religião
de segunda mão”. Não conhecem nem amam Jesus. Simplesmente acreditam no que
dizem outros. A sua fé consiste em acreditar no que diz a Igreja, no que ensina
a hierarquia ou no que escrevem os entendidos, embora não experimentem no seu
coração nada do que viveu Jesus. Como é natural, com o passar dos anos, a sua
adesão ao cristianismo vai-se dissolvendo.
A primeira coisa que precisamos hoje, os cristãos,
não são catecismos que definam corretamente a doutrina cristã ou exortações que
precisem com rigor as normas morais. Só com isso não se transformam as pessoas.
Há algo prévio e mais decisivo: narrar nas comunidades a figura de Jesus, ajudar os crentes a entrar em contato direto com o evangelho, ensinar a conhecer e amar Jesus, aprender juntos a viver com seu estilo de vida e seu espírito. Recuperar o “batismo do Espírito”, não é essa a primeira tarefa da Igreja?
Há algo prévio e mais decisivo: narrar nas comunidades a figura de Jesus, ajudar os crentes a entrar em contato direto com o evangelho, ensinar a conhecer e amar Jesus, aprender juntos a viver com seu estilo de vida e seu espírito. Recuperar o “batismo do Espírito”, não é essa a primeira tarefa da Igreja?
Nenhum comentário:
Postar um comentário