Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A “questão” chamada Jesus


O Assunto agora (e nas próximas postagens) é Jesus Cristo. É muito importante falar d’Ele para compreender melhor o valor da fé cristã, ou, então, notar o quanto somos omissos por duvidar das suas palavras. É preciso falar d’Ele para ver se O realmente conhecemos. 

Falar de Jesus Cristo de novo? Falar mais ainda? - Muitos podem questionar: é o tema muito conhecido e também discutido – talvez mais comentado no mundo! Pois é, isso é verdade. Quem não fala, ou pensa, ou ... já estava pensando sobre Ele? E quantas opiniões diferentes? Às vezes até parece que as pessoas falam não de um Jesus Cristo, mas de  muitos Cristos – tanto que  as opiniões até chegam a ser opostas. Até mesmo dentro das Igrejas Cristãs isso é possível e acontece. Tem também pessoas que O rejeitam através das atitudes tomadas na sua vida. Por outro lado, felizmente, há muitas pessoas neste mundo que n’Ele acreditam.

Nós, cristãos, acreditamos em Jesus Cristo – Filho de Deus – nosso Salvador e Salvador do mundo! Mas eu pergunto: Qual é Jesus em que eu acredito? E pergunto mais: Ele é o mesmo em que Você, meu amigo(a), acredita? Será? Podemos ter a certeza disso? Esta pergunta vale para todos nós.
Freqüentemente ouço nas conversas entre as pessoas que crêem em Jesus Cristo frases como estas: “Você, irmão, precisa ser batizado na nossa igreja”; “Irmão, você está na ARCA errada, tem que mudar de lado”; “ Você precisa conhecer Jesus!”, etc.  Olha – penso eu - todas essas pessoas acreditam em Jesus Cristo.      A fé n’Ele dependeria, então,  do lugar onde se está ou da Igreja que se freqüenta? O bom senso nos diz que não: Jesus Cristo não depende de ninguém e de nada! Temos a certeza que Ele é um só e é o Senhor!  Portanto, somos nós que estamos fazendo a confusão – essa é a única possível conclusão.

Somos nós, os seres humanos, que na nossa ignorância tentamos  interpretar Jesus Cristo e O “imaginar” à nossa maneira, adaptando-O às nossas necessidades. Ou seja, embasamos as nossas opiniões e conceitos sobre Jesus Cristo nos nossos  conhecimentos e idéias, considerando-os como únicos e suficientes para saber quem Ele é realmente. O erro não consiste em procurar, investigar, estudar muito e ter fé, mas em pensar que já se sabe tudo, exclusivamente, e não existe mais nada para acrescentar. Aliás, é bom estudar muito, saber mais, refletir profundamente, porque isso ajuda, mas sempre ainda precisaremos da graça de Deus para transpor os nossos limites. Jesus disse: “Ninguém poderá vir a mim se não o atrair o Pai, que me enviou” (Jo 6, 44). Apenas o nosso esforço não é, e nunca será, suficiente. Esta é verdade.

É neste contexto que quero contribuir para uma reflexão sobre Jesus Cristo. Sem nenhuma pretensão de saber mais, e nem de ter a  “posse”  da verdade. Nós todos somos peregrinos (enquanto vivemos neste mundo) e sempre estaremos com fome e sede da Verdade. As perguntas e indagações sempre estarão fazendo parte da nossa vida. O que eu pretendo é trazer aqui algumas reflexões, pensamentos e informações, que talvez possam nos facilitar a encontrarmos as respostas. 

Uma coisa é certa: se conseguirmos entender melhor quem é Jesus Cristo, mais fácil será colocarmos n’Ele toda a nossa confiança e, com isso, a nossa vida terá um profundo sentido. 

Quem era Jesus Cristo?  Sobre esta pergunta refletiremos na próxima postagem neste  blog. 

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O texto abaixo (do livro de Ferdinand Krenzer*)  fala da importância de se falar da pessoa de Jesus Cristo:


(1)

A pergunta principal: Quem é Jesus Cristo?

Desde sempre Jesus Cristo foi uma pessoa muito discutível e continua sendo até hoje. Alguns questionam a sua existência. Ele, no entanto, é digno de nossa atenção. “Quem é este Jesus Cristo que se intromete em tudo (...) e que constantemente exige para ser o primeiro na nossa vida?” (Rilke). Exatamente esta é a principal pergunta para cada pessoa que  gostaria de acreditar,  tomando uma decisão pessoal e madura.  “O homem indeciso é repugnante porque de jeito nenhum crucificaria Jesus  se este vivesse hoje, mas O convidaria à mesa, escutaria de tudo o que Ele tivesse para lhe dizer, e  depois zombaria  dele” (Caryle).

Jesus ou é  nada, nada significa  e não tem nada a dizer, ou , ao contrário,  Ele é Aquele que  revela os mistérios de Deus.  Se descartamos a primeira possibilidade, então Ele é o “Verbo Divino”  dado como resposta para todas as perguntas do homem, o próprio “Deus de Deus”, Santificador e Renovador, um Juiz de confiança, que decidirá quem se salvará  e quem perecerá;  a pedra fundamental sobre a qual tudo se apóia;  é este que foi traído, que de novo virá, diante do desespero daqueles que pensaram que o mataram e  depois tentaram   ignorá-Lo   e  esquecer.   É este, em quem se acredita,  que  é  “o caminho, a verdade e a vida”  (J 14,6).  Àqueles, que escutam as suas palavras e  O seguem, prometeu o Reino de Deus, e isto quer dizer que Ele fará eles alcançarem o objetivo da sua existência.

A questão  “Jesus”  de jeito nenhum pode ser  sem importância, ao contrário, Jesus Cristo é, na verdade, o assunto de mais alto grau para todo homem. Ele,  ao mesmo tempo que exige de nós respostas - também pode nos fornecê-las. Uma posição precoce, precipitada e preconceituosa contra Ele, que consiste em  fugir d’Ele , em se defender da sua pessoa e nutrir aversão às suas exigências, tudo isso não é honesto e fecha, de antemão, a porta da fé  ou dificulta o caminho de chegar a ela.  (...)
 
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris,  Éditions Du Dialogue, 1981, p. 57)**
Continua...
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* Krenzer Ferdinand -  é um teólogo católico alemão, pastor, aposentado e escritor. 

**Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas  e temas  que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me  do  livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben”  e,  usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando  alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento.

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