Quem foi Jesus Cristo? É importante saber isso. Ninguém pode se tornar querido, familiar, próximo e o mais importante para uma pessoa, se ela não o conhece. E Jesus é tudo isso para quem acredita n’Ele, pelo menos deveria ser. Talvez por isso muita gente que vive neste mundo e se diz cristão não demonstra a convicção da presença de Jesus em sua vida: não se nota que eles têm afeto e compromisso com Ele. E não seria nada difícil citar numerosos exemplos... Por que será? Talvez, porque não O conheçam de verdade e não se relacionem com Ele. E isso tem conseqüências: não contribuem para a realização do Projeto Divino (que é a construção do Reino de Deus), que Jesus pessoalmente confiou a todos nós, batizados, através dos seus apóstolos: “Todo o poder me foi dado no céu e na terra; ide, pois, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei. E eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28, 18-29).
Para começar, é importante dissipar toda a dúvida quanto ao fato de que Jesus Cristo existiu concretamente, num determinado momento da história da humanidade, e modificou profundamente o sentido da vida humana . Tem homens que duvidam... Tem pessoas que afirmam que Ele não existia, que isso é uma coisa da “imaginação” humana, contrariando todas as provas históricas, literárias e a tradição.
Para nós, cristãos, essa dúvida não existe. E quando aceitamos esse fato – todo o resto do nosso Credo torna-se bem fundamentado: “Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor; Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria; Padeceu sob Pôncio Pilatos; Foi crucificado, morto e sepultado; Desceu à mansão dos mortos; Ressuscitou ao terceiro dia; Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso; De onde há-de vir a julgar os vivos e os mortos”...
A reflexão sobre Jesus Cristo continuará na próxima postagem, mostrando as diversas opiniões e suposições que foram levantadas, desde o início, a respeito de Jesus. É importante compreender isso tudo, para podermos chegar cada vez mais perto d’Ele.
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O texto abaixo endossa a nossa reflexão:
Cidade de Nazaré (hoje)
(2)Será que Jesus Cristo existiu mesmo?
“Quem é este Jesus Cristo que constantemente exige para ser o primeiro na nossa vida?” (Rilke). (...)
Na história já se fez muito esforço para apagar, eliminar essa exigência de Jesus e não precisar mais nem de lembrar d’Ele. Negava-se que Ele existiu, degradava-se O ao nível de um humano qualquer; considerava-se o Evangelho como uma fábula, lenda; ria-se dele. Ou então fizeram de Jesus um mito, argumentando que surgiu da consciência das pessoas, que eram seus seguidores e que fanaticamente acreditavam nele, e estas pessoas se utilizaram das concepções religiosas que já existiam na região da Ásia Menor. Duvidava-se - com todo o rigor - da qualquer possibilidade de se saber algo de real e concreto sobre Ele. Enfim, teve gente declarando, com satisfação, de que a fé em Jesus é uma piedade pessoal de cada indivíduo que lê a Bíblia e por isso - contra todo o senso científico - o homem diz que encontra Jesus. Ou então declararam que não tem importância se pode-se, ou não, dizer algo historicamente garantido sobre o próprio Cristo. (...)
No entanto, acima de qualquer discussão permanece o fato, de que as investigações bem sérias e críticas, detalhadas e laboriosas sobre Jesus, que foram feitas nos últimos cem anos, permitiram formular muitas valiosas afirmações a respeito de Jesus Cristo e da sua época, como também a respeito das informações sobre a sua pessoa, sua doutrina e sua obra.
Quando se analisa o “problema” Jesus Cristo, no mínimo não se pode simplesmente negar o fato de que Ele existiu e viveu num determinado momento da história humana. Hoje ninguém pode passar ao lado d’Ele fingindo que não O conhece. A existência de Jesus de Nazaré hoje não é mais dúvida. É uma verdade incontestável. Se alguém viveu nos tempos antigos – era justamente Jesus. Nunca se pesquisou tão profundamente uma biografia como a de Jesus. Em quase cada livro que trata objetivamente da questão de Jesus, podemos ver que tanto os autores pagãos (Plínius, Tácito, Svetônio) , como escritores judeus (José Flávio, Talmud) mencionam pelo menos o fato que Ele existiu, apresentando às vezes os detalhes históricos, que normalmente, assim como os acontecimentos das distantes periferias do enorme Império Romano, não mereciam a atenção dos escritores históricos daqueles tempos.
Que Jesus viveu, hoje ninguém mais duvida, só se fosse alguém interessado em apagá-Lo da história.
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p. 58)*
Continua...
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*Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me do livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben” e, usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento.
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