O principal elemento do cristianismo, que o distingue das outras religiões – como já foi mostrado anteriormente – é a revelação Divina, que chega ao seu ponto culminante com Jesus Cristo, Filho de Deus, enviado como Salvador e Redentor da humanidade. Ele mesmo disse: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6). E ainda: "Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" (Jo 5, 24).
Para os cristãos, portanto, não há dúvida que o Filho é a palavra definitiva do Pai. Depois dele não haverá outra Revelação. Ele mesmo é a própria Revelação Divina. Esta é a novidade e a força da fé cristã. Dessa forma Deus oferece a todos nós, homens e mulheres, uma resposta clara e definitiva às perguntas que fazemos sobre o sentido e o fim da vida humana.
É óbvio que o homem tem o direito – se assim estiver convencido - de não acreditar e não ‘ligar’ para esse fato. Tem o direito de pensar e construir outros conceitos e “doutrinas”, muitas vezes negando Deus e o seu Projeto. Às vezes ele faz isso, porque entende que assim pode ‘promover’ o homem...! Às vezes – porque ele mesmo quer ocupar o lugar de Deus... O homem pode fazer essas coisas. Pode até se ‘rebaixar’ a um ‘nada’ ou ficar convencido de que tudo termina com a morte e ponto final. O homem tem o direito para pensar e agir desse jeito porque Deus o fez livre. Aliás, o livre arbítrio é uma das características que o assemelha ao seu Criador. E quando alguém defende essas suas teses com sinceridade – devemos aceitar e respeitar.
Porém, para quem acredita em Deus e em seu Filho Jesus Cristo, ser cristão não é só acreditar, mas também se abrir totalmente para a sua Palavra e querer entender o seu Projeto, que Ele nos revelou. Não há outra saída para o ser humano: ele deve se posicionar diante de Deus. O homem ou aceita ou rejeita; ou crê ou não crê.
Isso ficará ainda mais evidente quando refletirmos sobre Jesus Cristo: Quem Ele é? Qual é o seu papel? O que Ele pretende? Realmente conhecemos Jesus? O que Ele significa para cada um de nós? O homem pode ignorá-lo? ... São as perguntas muito importantes, porque entendendo quem é Jesus Cristo - a vida toda se transforma!
WCejnog
O texto abaixo endossa ainda mais este assunto:
(8)
(...) Quando alguém espera por um telefonema muito importante, vai fazer tudo para ficar atento e ouvir o seu toque. Quando, portanto, Deus infinito se dirige para a sua criação, não pode ser indiferente para ela se e o que Deus lhe fala. Mesmo a própria possibilidade de Deus poder nos comunicar algo, já deve ser para nós um desafio para investigar se Ele realmente já não fez isso, e tentar entender a sua mensagem.
No momento, porém, quando Deus fala “de fato”, o ser humano se transforma. Ele se torna alguém, a quem o próprio Deus abordou, então precisa ouvir e assumir atitudes adequadas. Pode abrir ou fechar os seus olhos e ouvidas para as palavras e atuações de Deus. O pronunciamento de Deus, no entanto, nunca pode ficar não vinculativo. Até mesmo as respostas da parte do homem não podem depender apenas do próprio reconhecimento. O homem aqui ou acredita, ou fica com a culpa de descuidar algo muito importante (supondo, naturalmente, que ele realmente sabe alguma coisa sobre o fato da Revelação). E, porque Deus quer transmitir aos homens somente as notícias importantes, este ou aproveita ou desperdiça nesse momento a chance de saber das coisas mais importantes sobre si mesmo e sobre o mundo.
Não importa que talvez muitos, que ficam de lado, pensam que sem Deus a sua vida é mais fácil. Cada um dos que realmente acredita em Deus pode lhes mostrar que a fé traz para ele uma alegria autêntica e enriquece a sua vida.
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p.54)*
___________________________
*Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me do livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben” e, usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento.
****************
Nenhum comentário:
Postar um comentário