O Assunto agora (e nas próximas postagens) é Jesus Cristo. É muito importante falar d’Ele para compreender melhor o valor da fé cristã, ou, então, notar o quanto somos omissos por duvidar das suas palavras. É preciso falar d’Ele para ver se O realmente conhecemos.
Falar de Jesus Cristo de novo? Falar mais ainda? - Muitos podem questionar: é o tema muito conhecido e também discutido – talvez mais comentado no mundo! Pois é, isso é verdade. Quem não fala, ou pensa, ou ... já estava pensando sobre Ele? E quantas opiniões diferentes? Às vezes até parece que as pessoas falam não de um Jesus Cristo, mas de muitos Cristos – tanto que as opiniões até chegam a ser opostas. Até mesmo dentro das Igrejas Cristãs isso é possível e acontece. Tem também pessoas que O rejeitam através das atitudes tomadas na sua vida. Por outro lado, felizmente, há muitas pessoas neste mundo que n’Ele acreditam.
Nós, cristãos, acreditamos em Jesus Cristo – Filho de Deus – nosso Salvador e Salvador do mundo! Mas eu pergunto: Qual é Jesus em que eu acredito? E pergunto mais: Ele é o mesmo em que Você, meu amigo(a), acredita? Será? Podemos ter a certeza disso? Esta pergunta vale para todos nós.
Freqüentemente ouço nas conversas entre as pessoas que crêem em Jesus Cristo frases como estas: “Você, irmão, precisa ser batizado na nossa igreja”; “Irmão, você está na ARCA errada, tem que mudar de lado”; “ Você precisa conhecer Jesus!”, etc. Olha – penso eu - todas essas pessoas acreditam em Jesus Cristo. A fé n’Ele dependeria, então, do lugar onde se está ou da Igreja que se freqüenta? O bom senso nos diz que não: Jesus Cristo não depende de ninguém e de nada! Temos a certeza que Ele é um só e é o Senhor! Portanto, somos nós que estamos fazendo a confusão – essa é a única possível conclusão.
Somos nós, os seres humanos, que na nossa ignorância tentamos interpretar Jesus Cristo e O “imaginar” à nossa maneira, adaptando-O às nossas necessidades. Ou seja, embasamos as nossas opiniões e conceitos sobre Jesus Cristo nos nossos conhecimentos e idéias, considerando-os como únicos e suficientes para saber quem Ele é realmente. O erro não consiste em procurar, investigar, estudar muito e ter fé, mas em pensar que já se sabe tudo, exclusivamente, e não existe mais nada para acrescentar. Aliás, é bom estudar muito, saber mais, refletir profundamente, porque isso ajuda, mas sempre ainda precisaremos da graça de Deus para transpor os nossos limites. Jesus disse: “Ninguém poderá vir a mim se não o atrair o Pai, que me enviou” (Jo 6, 44). Apenas o nosso esforço não é, e nunca será, suficiente. Esta é verdade.
É neste contexto que quero contribuir para uma reflexão sobre Jesus Cristo. Sem nenhuma pretensão de saber mais, e nem de ter a “posse” da verdade. Nós todos somos peregrinos (enquanto vivemos neste mundo) e sempre estaremos com fome e sede da Verdade. As perguntas e indagações sempre estarão fazendo parte da nossa vida. O que eu pretendo é trazer aqui algumas reflexões, pensamentos e informações, que talvez possam nos facilitar a encontrarmos as respostas.
Uma coisa é certa: se conseguirmos entender melhor quem é Jesus Cristo, mais fácil será colocarmos n’Ele toda a nossa confiança e, com isso, a nossa vida terá um profundo sentido.
Quem era Jesus Cristo? Sobre esta pergunta refletiremos na próxima postagem neste blog.
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O texto abaixo (do livro de Ferdinand Krenzer*) fala da importância de se falar da pessoa de Jesus Cristo:
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A pergunta principal: Quem é Jesus Cristo?
A pergunta principal: Quem é Jesus Cristo?
Desde sempre Jesus Cristo foi uma pessoa muito discutível e continua sendo até hoje. Alguns questionam a sua existência. Ele, no entanto, é digno de nossa atenção. “Quem é este Jesus Cristo que se intromete em tudo (...) e que constantemente exige para ser o primeiro na nossa vida?” (Rilke). Exatamente esta é a principal pergunta para cada pessoa que gostaria de acreditar, tomando uma decisão pessoal e madura. “O homem indeciso é repugnante porque de jeito nenhum crucificaria Jesus se este vivesse hoje, mas O convidaria à mesa, escutaria de tudo o que Ele tivesse para lhe dizer, e depois zombaria dele” (Caryle).
Jesus ou é nada, nada significa e não tem nada a dizer, ou , ao contrário, Ele é Aquele que revela os mistérios de Deus. Se descartamos a primeira possibilidade, então Ele é o “Verbo Divino” dado como resposta para todas as perguntas do homem, o próprio “Deus de Deus”, Santificador e Renovador, um Juiz de confiança, que decidirá quem se salvará e quem perecerá; a pedra fundamental sobre a qual tudo se apóia; é este que foi traído, que de novo virá, diante do desespero daqueles que pensaram que o mataram e depois tentaram ignorá-Lo e esquecer. É este, em quem se acredita, que é “o caminho, a verdade e a vida” (J 14,6). Àqueles, que escutam as suas palavras e O seguem, prometeu o Reino de Deus, e isto quer dizer que Ele fará eles alcançarem o objetivo da sua existência.
A questão “Jesus” de jeito nenhum pode ser sem importância, ao contrário, Jesus Cristo é, na verdade, o assunto de mais alto grau para todo homem. Ele, ao mesmo tempo que exige de nós respostas - também pode nos fornecê-las. Uma posição precoce, precipitada e preconceituosa contra Ele, que consiste em fugir d’Ele , em se defender da sua pessoa e nutrir aversão às suas exigências, tudo isso não é honesto e fecha, de antemão, a porta da fé ou dificulta o caminho de chegar a ela. (...)
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981, p. 57)**
Continua...
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* Krenzer Ferdinand - é um teólogo católico alemão, pastor, aposentado e escritor.
**Obs.:Para embasar as minhas pequenas reflexões (simples, diretas e questionadoras) acerca de perguntas e temas que, suponho, perturbam a todos nós, sirvo-me do livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben” e, usando aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), faço uma tradução livre (para o português) apontando alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. É um prazer seguir o seu pensamento.
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