Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Desejo insaciável

Cada um de nós quer ser feliz. O ser humano é assim. Constantemente esperamos  e esperamos por alguma coisa. Uma pessoa que não tem mais nada a esperar  vai atrofiando. A nossa vida se alimenta de desejos e esperanças.
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(...) Alguns pensadores com freqüência  falam hoje do “princípio de esperança” e debatem sobre o “vazio”, que o próprio ser humano cria para si. Diariamente ouvimos palavras que viram moda como evolução, progresso, desenvolvimento, expectativas, saudade, futuro, etc.  Na verdade, todas elas servem para descrever o mesmo poder, com o qual o  ser humano pretende alcançar as metas, que ele  considera importantíssimas. E isso seria  a realização da sua vida, a felicidade.  Tudo o que fazemos está impregnado com esse desejo bastante indefinido. Continuamente estamos  esperando por algo. Na maioria das vezes desejamos as coisas mais próximas:  esperamos uma carta, um e-mail,  um presente, a chegada de alguém próximo. Ou, então, esperamos pelo dia de poder visitar um amigo, por algum evento muito especial,  alguma festa...  Essas pequenas esperanças  nos ajudam, trazem-nos uma dinâmica de vida. Naturalmente, existem expectativas visando metas mais distantes:  as crianças gostariam de estar maiores, os estudantes que os estudos  já terminassem; pensam no futuro:  quando estarão ganhando dinheiro, ficarão independentes, progredirão na profissão, terão carro, poderão casar, ter  filhos, casa – e um futuro garantido?

Na verdade, todos nós gostaríamos de ter alguma coisa na vida. Mas, o que?  Estamos cercados, de todos os lados, pelas propagandas e chamativos de consumo. Os comerciais afirmam  que quem compra isso ou aquilo, bebe este produto, compra aquela roupa, sapatos, adquire este aparelho ou máquina, compra aquele  carro, este curtirá mais a vida. É claro, este ‘mais’ está  ligado à cosmética, alimentação, saúde, moda e a um monte de pequenos acessórios. Quando não temos condições de comprar algo, ficamos insatisfeitos.  Aí , dizemos: ‘se eu tivésse  bastante  dinheiro, daria para viver muito bem’. Quando já  se tem  bastante dessas coisas, a corrida para ter “mais” fica  ainda mais acirrada. Tudo que já temos, na verdade,  ainda não é o que realmente gostaríamos de ter.  Então, continuamos perseguindo os desejos, mais e mais, na mesma direção onde todos correm.

Será que o ser humano já alcançou tudo quando vive em abundância e quando exerce um importante papel  na sociedade?  Será que ele se  sente feliz quando tem  o alto nível de vida e o prestigio social? – Para algumas pessoas isso basta. São muitos aqueles que nada lhes falta. Aparentemente estão satisfeitas com aquilo que têm.  Não sentem  outros problemas.  Mas, será que essa ‘satisfação’ não significa apenas a realização de algumas  necessidades importantes,  e só?  Preferem não pensar  mais,  porque assim é mais confortável – para que perguntar mais sobre a vida? 

  
 Também quando existem problemas, quando a família desestruturada, os filhos cada um pro seu lado, ou talvez a esposa, ou marido, doente? O que vai acontecer quando o nosso cargo será ocupado por alguém mais jovem, ou quando não teremos mais forças para trabalhar profissionalmente? O que vai restar, quando os nosso planos não deram certo, ou se durante uma noite alguma tragédia levar  todo o nosso patrimônio? Será que não vale a pena continuar a vida? Estaríamos realmente no fim?

Apesar de todo conhecimento das ciências e do mundo, permanece a experiência e a consciência de que a nossa existência passa pelas mudanças. (...)
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris,  Éditions Du Dialogue, 1981, pp. 16-17.)

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