Para refletir sobre esta questão, nada melhor do que abrir o livro do Ferdinand Krenzer- “Morgen wird man wieder Glauben” , e seguir o seu raciocínio. É um livro ‘de cabeçeira’ para muitos de nós, ansiosos em encontrar respostas lógicas, dadas com muita sabedoria e perspicácia. Uso aqui uma edição desse livro no idioma polonês (Taka jest nasza wiara), e servindo-me de uma tradução livre (para o português) aponto alguns trechos, muito bem elaborados pelo autor. Entrar e caminhar por este ‘caminho’ é um convite irresistível.
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(1)
(...) Imagine uma situação onde alguém chega ao guichê no aeroporto e pede: “Por favor uma passagem de primeira classe”. Uma, de primeira classe, nada mais. Não importa para onde, não importa qual destino. O importante apenas é que seja de primeira classe, com as poltronas mais macias que existem. Seria uma brincadeira? É claro, o caso inventado. Mas, se observar bem, não são poucas pessoas que na sua vida, no seu dia-a-dia, comportam se deste jeito. Importante para elas é apenas ter um bom lugar, uma excelente posição social, cargo, uma renda garantida – não importa aonde isso leva.
Para a maioria das pessoas, no entanto, isso não basta. Não basta apenas o lugar na “primeira classe”. Elas querem saber para onde leva o caminho e se vale a pena a viagem. Será que nós sabemos por que vivemos, para que vivemos e se a vida, de modo geral, tem sentido?
O que encontramos atualmente são várias respostas, às vezes até contraditórias, para essas perguntas. O homem de hoje, muito mais que antigamente, tornou-se muito mais independente na formulação de suas opiniões. Acontece, porém, que quando se trata do tema do fim da vida, sobretudo da vida humana, ele não tem tanta certeza. Não só duvida dessa ou daquela opinião, como, às vezes, simplesmente acha impossível obter uma resposta para isso.
A pergunta pelo sentido da vida cada vez mais parte dos jovens, e é de natureza prática. De um lado o ser humano não pode não se importar com isso, porque em jogo está a vida dele, e ela, certamente, não é sem valor. Por outro lado, o homem só saberá quem é, se souber para que vive e por que deve morrer
Alguns pensam: é suficiente que vivemos, trabalhamos e comemos, que exercemos alguma profissão, ganhamos dinheiro... ou – quando têm uma situação melhor - que podemos estudar, servir à sociedade e ao progresso, colaborar na construção de um “amanhã melhor”... Quanto ao fim de tudo isso – melhor simplesmente não pensar e, um dia, de um ou outro jeito, desaparecer...
Mas, a pergunta persiste: será que é isso mesmo? Esse seria o sentido da vida? (..)
(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris, Éditions Du Dialogue, 1981,PP. 15-16.)
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