Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 14 de dezembro de 2013

“És tu aquele que há-de vir, ou devemos esperar outro?” (Mt 11,3) – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!


Trago para o blog Indagações mais uma reflexão muito concreta e curta, adequada para o tempo de Advento. É do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU). Não deixe de ler.
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IHU – Notícias
Sábado, 14 de dezembro de 2013.

Curar feridas

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 11,2-11 que corresponde ao Terceiro Domingo do Advento, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol  José Antonio Pagola comenta o texto.


Eis o texto

A atuação de Jesus deixou desconcertado João Batista. Ele esperava um Messias que extirparia do mundo o pecado impondo o juízo rigoroso de Deus, não um Messias dedicado a curar feridas e a aliviar sofrimentos. Da prisão de Maqueronte envia uma mensagem a Jesus: “És tu aquele que há de vir ou temos de esperar outro?”.

Jesus responde-lhe com a sua vida de profeta curador: “Dizei a João o que estais vendo e ouvindo: os cegos veem e os inválidos andam; os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem; os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-lhes a Boa Nova”. Este é o verdadeiro Messias: o que vem para aliviar o sofrimento, curar a vida e abrir um horizonte de esperança aos pobres.

Jesus sente-se enviado por um Pai misericordioso que quer para todos um mundo mais digno e feliz. Por isso, dedica-se a curar feridas, sarar doenças e libertar a vida. E por isso pede a todos: “Sede compassivos como o vosso Pai é compassivo”.

Jesus não se sente enviado por um Juiz rigoroso para julgar os pecadores e condenar o mundo. Por isso, não atemoriza ninguém com gestos justiceiros, mas oferece a pecadores e prostitutas a Sua amizade e o Seu perdão. E por isso pede a todos: “Não julgueis e não sereis julgados”.

Jesus não cura nunca de forma arbitrária ou por puro sensacionalismo. Cura movido pela compaixão, procurando restaurar a vida dessas pessoas doentes e abatidas. São as primeiras que experimentam que Deus é amigo de uma vida digna e sã.


Jesus não insistiu nunca no caráter prodigioso das suas curas nem pensou nelas como receita fácil para suprimir o sofrimento no mundo.  Apresentou a sua atividade de cura como um sinal para mostrar aos seus seguidores em que direção temos de atuar para abrir caminhos a esse projeto humanizador do Pai que Ele chamava “reino de Deus”.








O Papa Francisco afirma que “curar feridas” é uma tarefa urgente: “Vejo com clareza que o que a Igreja necessita hoje é a capacidade de curar feridas e dar calor, intimidade e proximidade aos corações... Isto é o primeiro: curar feridas, curar feridas”. Fala logo de “tratarmos das pessoas, acompanhando-as como o bom samaritano que lava, limpa e consola”. Fala também de “caminhar com as pessoas na noite, saber dialogar e inclusive descer à sua noite e obscuridade sem se perder”.
Ao confiar a sua missão aos discípulos, Jesus não os imagina como doutores, hierarcas, liturgistas ou teólogos, mas como curadores. A sua tarefa será dupla: anunciar que o reino de Deus está próximo e curar doentes.

Fonte:  IHU - Notícias


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