Trago para o blog Indagações mais uma
reflexão muito concreta e curta, adequada para o tempo de Advento. É do padre e
teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto
Humanitas Unisinos (IHU). Não deixe de ler.
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IHU
– Notícias
Sábado,
14 de dezembro de 2013.
Curar feridas
A
leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo
Mateus 11,2-11 que corresponde ao Terceiro Domingo do Advento, ciclo A do Ano
Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o
texto.
Eis
o texto
A
atuação de Jesus deixou desconcertado João Batista. Ele esperava um Messias que extirparia do mundo o pecado
impondo o juízo rigoroso de Deus, não um Messias dedicado a curar feridas e a
aliviar sofrimentos. Da prisão de Maqueronte envia uma mensagem a Jesus: “És tu
aquele que há de vir ou temos de esperar outro?”.
Jesus
responde-lhe com a sua vida de profeta curador: “Dizei a João o que estais vendo e ouvindo: os cegos
veem e os inválidos andam; os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem; os
mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-lhes a Boa Nova”. Este é o verdadeiro
Messias: o que vem para aliviar o sofrimento, curar a vida e abrir um horizonte
de esperança aos pobres.
Jesus
sente-se enviado por um Pai misericordioso que quer para todos um mundo mais
digno e feliz. Por isso, dedica-se a curar feridas, sarar doenças e libertar
a vida. E por isso pede a todos: “Sede compassivos como o vosso
Pai é compassivo”.
Jesus
não se sente enviado por um Juiz rigoroso para julgar os pecadores e condenar o
mundo. Por isso, não atemoriza ninguém com
gestos justiceiros, mas oferece a pecadores e prostitutas a Sua amizade e o Seu
perdão. E por isso pede a todos: “Não julgueis e não sereis julgados”.
Jesus
não cura nunca de forma arbitrária ou por puro sensacionalismo. Cura movido pela compaixão, procurando restaurar a vida
dessas pessoas doentes e abatidas. São as primeiras que experimentam que Deus é
amigo de uma vida digna e sã.
Jesus
não insistiu nunca no caráter prodigioso das suas curas nem pensou nelas como
receita fácil para suprimir o sofrimento no mundo. Apresentou a sua atividade de cura como um
sinal para mostrar aos seus seguidores em que direção temos de atuar para abrir
caminhos a esse projeto humanizador do Pai que Ele chamava “reino de
Deus”.
Fonte: http://bit.ly/1a8rh8g
O
Papa Francisco afirma que “curar feridas” é uma tarefa urgente: “Vejo com clareza que o que a Igreja necessita hoje é a
capacidade de curar feridas e dar calor, intimidade e proximidade aos
corações... Isto é o primeiro: curar feridas, curar feridas”. Fala logo de
“tratarmos das pessoas, acompanhando-as como o bom samaritano que lava, limpa e
consola”. Fala também de “caminhar com as pessoas na noite, saber dialogar e
inclusive descer à sua noite e obscuridade sem se perder”.
Ao
confiar a sua missão aos discípulos, Jesus não os imagina como doutores,
hierarcas, liturgistas ou teólogos, mas como curadores. A sua tarefa será
dupla: anunciar que o reino de Deus está próximo e curar doentes.
Fonte: IHU - Notícias
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