Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 7 de dezembro de 2013

“Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.” (Mt 3,3)- Uma reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


Abaixo, mais uma reflexão muito boa para o tempo de Advento. De autoria do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Não deixe de ler.
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IHU – Notícias
Sexta, 06 de dezembro de  2013.

Percorrer caminhos novos

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 3,1-12, corresponde ao segundo Domingo de Advento, ciclo A do ano litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. No Brasil comemora-se a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria

Eis o texto.

Pelos anos 27 ou 28, apareceu no deserto do Jordão um profeta original e independente que provocou um forte impacto no povo judeu: as primeiras gerações cristãs viram-no sempre como o homem que preparou o caminho para Jesus.

Toda a sua mensagem se pode concentrar num grito: “Preparai o caminho do Senhor, alargai os Seus caminhos”. Depois de vinte séculos, o Papa Francisco grita-nos a mesma mensagem aos cristãos: Abri caminhos a Deus, voltai a Jesus, acolhei o Evangelho.












Papa Francisco, na missa campal em Lampedusa
com o báculo feito de madeira que restou de barcos 
que traziam imigrantes e naufragaram no Mediterrâneo. 

Igualmente o cálice usado na missa deste dia 
é feito de madeira feita com restos de barcos 
que naufragaram com imigrantes.


O seu propósito é claro: “Procuremos ser uma Igreja que encontra caminhos novos”. Não será fácil. Temos vivido estes últimos anos paralisados pelo medo. O Papa não se surpreende: “A novidade dá-nos sempre um pouco de medo porque nos sentimos mais seguros se temos tudo sob controle, se somos nós os que construímos, programamos e planejamos a nossa vida”. E nos faz uma pergunta a qual temos de responder: “Estamos decididos a recorrer a caminhos novos que a novidade de Deus nos apresenta ou nos atrincheiramos em estruturas caducas, que perderam a capacidade de resposta?“

Alguns setores da Igreja pedem ao Papa que avance quanto antes diferentes reformas que consideram urgentes. No entanto, Francisco manifestou a sua postura de forma clara: “Alguns esperam e pedem-me reformas na Igreja, e deve havê-las. Mas antes é necessária uma mudança de atitudes”.

Parece-me admirável a clarividência evangélica do Papa Francisco. O primeiro não é firmar decretos reformistas. Antes, é necessário colocar as comunidades cristãs em estado de conversão e recuperar no interior da Igreja as atitudes evangélicas mais básicas. Só nesse clima será possível acometer de forma eficaz e com espírito evangélico as reformas que a Igreja necessita urgentemente.

O mesmo Francisco indica-nos todos os dias as mudanças de atitudes que necessitamos. Indicarei algumas de grande importância: 

Colocar Jesus no centro da Igreja: “uma Igreja que não leva a Jesus é uma Igreja morta”. 

Não viver numa Igreja fechada e autorreferencial: “uma Igreja que se encerra no passado atraiçoa a sua própria identidade”. 

Atuar sempre, movidos pela misericórdia de Deus, para com todos os Seus filhos: não cultivar “um cristianismo restauracionista e legalista que quer tudo claro e seguro, e não encontra nada”. 

“Procurar uma Igreja pobre e dos pobres.” Ancorar a nossa vida na esperança, não “em nossas regras, nossos comportamentos eclesiásticos e nossos clericalismos”.



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