Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 14 de dezembro de 2013

“Ide contar a João o que vedes e ouvis” – Comentário de M. Assun Gutiérrez. Reflexão para o tempo de Advento.


Em verdade vos digo: entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior que João Baptista. Mas o menor no reino dos Céus é maior que ele. (Mt 11,11)

Para refletir sobre as palavras acima, que Jesus disse a respeito do João Batista e sobre as outras que fazem parte da passagem do Evangelho segundo Mateus (11, 2-11), trago para o blog Indagações um comentário muito bom de Asun Gutiérrez Cabriada.   
Não  deixe de ler.
WCejnog

[Os interessados pedem ler esse texto em apresentação de PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas de Montesserrat: benedictinescat  Trabalho muito bonito!]

O Reino constrói-se com tudo o que há de verdade, de justiça, de fraternidade, nas lutas e nas aspirações dos seres humanos.

Pedro Casaldáliga 


 Comentário 

Naquele tempo,
João Baptista ouviu falar, na prisão,
das obras de Cristo
e mandou-lhe dizer pelos discípulos:
- És tu aquele que há-de vir,
ou devemos esperar outro?

O que contam a João acerca de Jesus não condiz com as suas previsões e expectativas. João tinha acreditado e proclamado que o julgamento de Deus estava iminente e que Jesus o ia a levar a cabo mais como juiz severo do que como libertador e sanador.
A sua pergunta demonstra dúvida, inquietação e, talvez, decepção.
Como muitos, necessita desprender-se do antigo e abrir-se à novidade.

Jesus respondeu-lhes:
- Ide contar a João
o que vedes e ouvis:
os cegos vêem, os coxos andam,
os leprosos são curados,
os surdos ouvem, os mortos ressuscitam
e a boa nova é anunciada aos pobres.

Jesus  remete para as suas obras, elas mostram a sua mensagem evangélica.
É missão dos discípulos contar o que vêem e ouvem: que Jesus ajuda a ver, oferece apoio para caminhar, limpa e enche a vida com a Boa Notícia. Os traços com os quais Jesus descreve a sua atuação e a sua missão são de esperança, libertação e cura, nunca de ameaça, julgamento ou condenação.
É o exemplo do que têm de fazer os seus seguidores e seguidoras ao longo da história para preparar a chegada do Reino.
Que vejo e ouço de Jesus? A quem o conto?

E bem-aventurado aquele
que não encontrar em Mim
motivo de escândalo!

Jesus dá-nos uma bem-aventurança e uma advertência.
Expressa o seu desejo de que ninguém se escandalize d’Ele porque chega com humildade, suavidade, acolhimento, paz, consolo, compaixão..., com predileção pelas pessoas empobrecidas e necessitadas.
Sabe que a sua mensagem entusiasma as pessoas simples e defrauda e cria mal-estar nas pessoas prepotentes, que se julgam em posse da verdade e não o aceitam como é, mas como lhes convêm que seja.
Escandalizam-me algumas atuações de Jesus? 

Quando os mensageiros partiram,
Jesus começou a falar
de João às multidões:
- Que fostes ver ao deserto?
Uma cana agitada pelo vento?
Então que fostes ver?
Um homem vestido com roupas delicadas?
Mas aqueles que usam
roupas delicadas encontram-se
nos palácios dos reis.

A falta de austeridade e simplicidade, também na forma de vestir, não é coerente com o que Jesus disse e fez nem com o que recomenda fazer.
Tomando Jesus como modelo, pensemos como vestimos, no que temos supérfluo, luxuoso, ostensivo e desnecessário.

Que fostes ver então?
Um profeta?
Sim – Eu vo-lo digo - 
e mais que um profeta.
É dele que está escrito:
Vou enviar à tua frente
o meu mensageiro,
para te preparar o caminho.

Como preparo o caminho para que chegue Jesus à minha vida e à dos outros?
Elimino obstáculos com gestos libertadores, realizados com palavras,
com as mãos, com o coração, como Jesus?
Tento fazer para que à minha volta haja mais paz, mais alegria?
Faço algo concreto para que as pessoas sejam mais felizes?
Busco e comento o positivo das pessoas?
Contribuo para que a sociedade seja mais solidária e mais justa?

Em verdade vos digo:
entre os filhos de mulher,
não apareceu ninguém maior
que João Baptista.
Mas o menor no reino dos Céus
é maior que ele.

Com João termina a preparação, a antiga lei, o tempo da promessa.
Com Jesus chega o tempo definitivo, o Reino de Deus.
A nossa libertação e a nossa responsabilidade.
Seguir Jesus, tratando de construir o Reino, trabalhando por um mundo mais justo, mais digno, mais solidário, mais humano para todos, é a maior felicidade e a maior grandeza.


O Senhor faz justiça. 
Salmo 145 

Não ponho a minha confiança
em pessoas poderosas,
que falam com palavras arrogantes
e soam a vazio as suas promessas.
Eu ponho a minha confiança no Senhor.
Confiai, tende fé no Senhor,
que cumpre as suas promessas
e mantém a sua palavra eternamente.

E Deus está, se me perguntas onde,
no amor dos que O servem
nas mãos que curam e acariciam,
no braço que abraça, ajuda e protege,
na boca que grita a justiça.
E Deus reina em quem combate
pela verdade, a liberdade, a paz.
Deus está em quem sonha mundos novos
e semeia sementes de futuro,
Deus está em quem está aberto ao Espírito.
Jesus é nossa Paz, nossa Justiça,
é Jesus a razão da nossa esperança,
é Jesus o nosso Amor e a nossa Vida.


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