Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Deus acolhe os ‘impuros’. – Reflexão de José Antonio Pagola.


Aproximou-se de Jesus um leproso, suplicando-lhe de joelhos: "Se queres, podes limpar-me." Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: "Eu quero, sê curado." E imediatamente desapareceu dele a lepra e foi purificado.” (Mc 1, 40-42)

Abaixo, uma reflexão muito boa e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 1,40-45 (Jesus cura um leproso).  É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
Vale a pena ler e refletir!
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Deus acolhe os ‘impuros’.
José Antonio Pagola.

Inesperadamente, um leproso  "encontra-se diante Jesus."   Por lei, ele não pode entrar em contato com ninguém. É um "impuro" e tem de viver em isolamento. Também não pode entrar no templo. Como pode Deus o receber em sua presença sendo ele tão desagradável? Seu destino é viver excluído. Essa é a lei.

No entanto, este leproso desesperado se atreve a desafiar todas as regras. Ele sabe que está agindo errado. Assim, ele se ajoelha. Não arrisca a falar com Jesus na frente. Desde o chão, faz esta súplica: "Se você quiser, você pode limpar-me." Ele sabe que Jesus pode curar, mas querer ser limpo? Como pode ousar sair da exclusão a que ele é submetido em nome de Deus?

A proximidade entre Jesus e o leproso provoca uma emoção surpreendente.  Jesus não é horrorizado ou recua. Dada a situação do pobre homem, ele se comove. A ternura transborda. Como não vai querer limpá-lo, Ele, que só vive movido pela compaixão de Deus para com seus filhos e filhas indefesos(as) e desprezados(as)?

Sem hesitar, "estende a mão" para o homem e "toca" a sua pele desprezada pelos puros. Sabe que é proibido por lei e que, com este gesto, está reafirmando transgressão iniciada pelo leproso. Apenas se move com compaixão: "Eu quero, sê curado".

Isto é o que queremos - que Deus encarnado em Jesus limpe o mundo de exclusões que vão contra a sua compaixão de Pai. Não é Deus que exclui, mas nossas leis e instituições. Não é Deus quem marginaliza, mas nós. Daí em diante, deve ficar bem claro que ninguém deve ser excluído, em nome de Jesus.

Seguir Jesus significa não estar horrorizado em frente a qualquer impuro(a) ou imundo(a). Não deve-se remover qualquer "excluído" no nosso meio. Para Jesus, a primeira coisa é o sofrimento da pessoa, não a regra. Sempre quando colocamos a regra antes de tudo, criamos uma maneira de ir perdendo a sensibilidade de Jesus em relação aos desprezados(as) e rejeitados(as). Essa regra passa a servir como melhor maneira de viver sem compaixão.

Em alguns lugares torna-se mais reconhecível o Espírito de Jesus, quando as pessoas oferecem livremente apoio e amizade às prostitutas indefesas, ou onde acompanham pacientes com AIDS esquecidos por todos, ou onde têm aqueles que defendem os homossexuais que não podem viver a sua condição com dignidade... Essas pessoas  nos lembram que o coração de Deus é para todos.




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