“Aproximou-se
de Jesus um leproso, suplicando-lhe de joelhos: "Se queres, podes
limpar-me." Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe
disse: "Eu quero, sê curado." E imediatamente desapareceu dele a
lepra e foi purificado.” (Mc 1, 40-42)
Abaixo,
uma reflexão muito boa e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico
Mc 1,40-45 (Jesus cura um leproso). É de autoria do padre e teólogo espanhol
José Antonio Pagola.
Vale a
pena ler e refletir!
WCejnog
Deus acolhe os ‘impuros’.
José Antonio Pagola.
Inesperadamente, um leproso "encontra-se diante Jesus." Por lei, ele não pode entrar em contato com
ninguém. É um "impuro" e tem de viver em isolamento. Também não pode
entrar no templo. Como pode Deus o receber em sua presença sendo ele tão
desagradável? Seu destino é viver excluído. Essa é a lei.
No entanto, este leproso desesperado se atreve a desafiar todas
as regras. Ele sabe que está agindo errado. Assim, ele se ajoelha. Não arrisca
a falar com Jesus na frente. Desde o chão, faz esta súplica: "Se você
quiser, você pode limpar-me." Ele sabe que Jesus pode curar, mas querer
ser limpo? Como pode ousar sair da exclusão a que ele é submetido em nome de
Deus?
A proximidade entre Jesus e o leproso provoca uma emoção surpreendente. Jesus não é horrorizado ou recua. Dada a situação
do pobre homem, ele se comove. A ternura transborda. Como não vai querer
limpá-lo, Ele, que só vive movido pela compaixão de Deus para com seus filhos e
filhas indefesos(as) e desprezados(as)?
Sem hesitar, "estende a mão" para o homem e
"toca" a sua pele desprezada pelos puros. Sabe que é proibido por lei
e que, com este gesto, está reafirmando transgressão iniciada pelo leproso.
Apenas se move com compaixão: "Eu quero, sê curado".
Isto é o que queremos - que Deus encarnado em Jesus limpe o
mundo de exclusões que vão contra a sua compaixão de Pai. Não é Deus que
exclui, mas nossas leis e instituições. Não é Deus quem marginaliza, mas nós.
Daí em diante, deve ficar bem claro que ninguém deve ser excluído, em nome
de Jesus.
Seguir Jesus significa não estar horrorizado em frente a qualquer
impuro(a) ou imundo(a). Não deve-se remover qualquer "excluído" no
nosso meio. Para Jesus, a primeira coisa é o sofrimento da pessoa, não a regra.
Sempre quando colocamos a regra antes de tudo, criamos uma maneira de ir
perdendo a sensibilidade de Jesus em relação aos desprezados(as) e rejeitados(as). Essa regra passa a servir como melhor maneira de viver sem compaixão.
Em alguns lugares torna-se mais reconhecível o Espírito de Jesus,
quando as pessoas oferecem livremente apoio e amizade às prostitutas indefesas,
ou onde acompanham pacientes com AIDS esquecidos por todos, ou onde têm aqueles
que defendem os homossexuais que não podem viver a sua condição com dignidade...
Essas pessoas nos lembram que o coração
de Deus é para todos.
Fonte: www.facebook.com
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