Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Não confundir Jesus com ninguém. - Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


“E transfigurou-se diante deles.”  (Mc 9,2)

Abaixo, uma reflexão curta e muito atual de autoria do padre e teólogo espanhol José  Antonio  Pagola , que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc  9, 2-10  (Transfiguração de Jesus).
O texto foi publicado no site do IHU (Instituto Humanitas Unisinos).
Vale a pena ler!
WCejnog

 

IHU - NOTÍCIAS
Sexta, 27 de fevereiro de 2015

Não confundir Jesus com ninguém

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 9,2-10 que corresponde ao Segundo Domingo de Quaresma, Ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto



Segundo o evangelista, Jesus leva consigo Pedro, Tiago e João. Leva-os a uma montanha, e aí “se transfigura diante deles”. São os três discípulos que, ao que parece, oferecem maior resistência a Jesus quando lhes fala do Seu destino doloroso de crucificação.

Pedro tentou inclusive tirar-Lhe da cabeça essas ideias absurdas. Os irmãos  Tiago e João pedem-Lhe as primeiras posições no reino do Messias. Ante eles precisamente se transfigurará Jesus. É-lhes necessário mais do que a ninguém.

O episódio, recriado com diversos recursos simbólicos, é grandioso. Jesus apresenta-se a eles “revestido” da glória de Deus. Ao mesmo tempo, Elias e Moisés, que segundo a tradição, foram arrebatados à morte e vivem junto a Deus, aparecem a conversar com Ele. Tudo convida a intuir a condição divina de Jesus, crucificado pelos Seus adversários, mas ressuscitado por Deus.

Pedro reage com toda a espontaneidade: “Senhor, que bem que aqui se está! Se quiseres, farei três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Não entendeu nada. Por um lado, coloca Jesus no mesmo plano e ao mesmo nível que a Elias e Moisés: a cada um a sua tenda. Por outro lado, continua a resistir à dureza do caminho de Jesus; quer retê-Lo na glória do Tabor, longe da paixão e da cruz do Calvário.

Deus mesmo o irá corrigir de forma solene: “Este é o Meu Filho amado”. Não se deve confundir com ninguém. “Escutai-O a Ele”, inclusive quando lhes fala de um caminho de cruz, que termina em ressurreição.

Só Jesus irradia luz. Todos os outros, profetas e mestres, teólogos e hierarquias, doutores e predicadores, temos o rosto apagado. Não temos de confundir a ninguém com Jesus. Só Ele é Filho amado. A Sua Palavra é a única que temos de escutar. As outras não nos levarão a Ele.


E temos de escutar também hoje, quando nos fala de “carregar a cruz” destes tempos. O êxito afeta os cristãos. Levou-nos inclusive a pensar que era possível uma Igreja fiel a Jesus e ao Seu projeto do reino, sem conflitos, sem renúncia e sem cruz. Hoje nos oferece mais possibilidades de viver como cristãos “crucificados”. Irá fazer-nos bem. Ajudar-nos-á a recuperar a nossa identidade cristã.


Nenhum comentário:

Postar um comentário