“E disse aos que vendiam
pombas: ‘Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!’ Seus discípulos lembraram-se, mais
tarde, que a Escritura diz: ‘O zelo por tua casa me consumirá’.” (Jo 2.16-17)
Abaixo, uma excelente reflexão e bem atual do padre
e teólogo espanhol José Antonio Pagola sobre o texto Jo 2, 13-25 (Jesus expulsa os mercadores do templo).
O texto foi publicado no site do Instituto
Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler.
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IHU - NOTÍCIAS
Sexta, 06 de março de 2015
Um templo novo
A leitura
que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 2, 13-25 que
corresponde ao Terceiro Domingo de Quaresma, Ciclo B, do Ano Litúrgico.
O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
Eis
o texto
|
Os quatro
evangelistas fazem-se eco do gesto provocador de Jesus expulsando do templo
“vendedores” de animais e “cambistas” de dinheiro. Não pode suportar ver a casa do Seu Pai cheia de pessoas que vivem
do culto. A Deus não se compra com “sacrifícios”.
Mas João,
o último evangelista, acrescenta um diálogo com os judeus em que Jesus afirma
de forma solene que, após a destruição do templo, Ele “o levantará em três
dias”. Ninguém pode entender o que diz. Por isso, o evangelista acrescenta: “Jesus falava do templo do Seu corpo”.
Não
esqueçamos que João escreve o seu evangelho quando o templo de Jerusalém leva
vinte ou trinta anos destruído. Muitos judeus sentem-se órfãos. O templo era o
coração da sua religião. Como poderão sobreviver sem a presença de Deus no meio
do povo?
O
evangelista recorda aos seguidores de Jesus que eles não têm de sentir
nostalgia do velho templo. Jesus,
“destruído” pelas autoridades religiosas, mas “ressuscitado” pelo Pai, é o
“novo templo”. Não é uma metáfora atrevida. É uma realidade que irá marcar para
sempre a relação dos cristãos com Deus.
Para quem
vê em Jesus o novo templo onde habita Deus, tudo é diferente. Para encontrar-se com Deus, não basta entrar numa igreja.
É necessário aproximar-se de Jesus, entrar no Seu projeto, seguir os Seus
passos, viver com o Seu espírito.
Neste
novo templo que é Jesus, para adorar a Deus não bastam o incenso, as aclamações
nem as liturgias solenes. Os verdadeiros adoradores são aqueles que vivem ante Deus “em
espírito e em verdade”. A verdadeira adoração consiste em viver
com o “Espírito” de Jesus na “Verdade” do Evangelho. Sem isto, o culto é
“adoração vazia”.
As
portas deste novo templo que é Jesus estão abertas a todos. Ninguém está excluído. Podem entrar nele os pecadores, os impuros e,
inclusive, os pagãos. O Deus que habita em Jesus é de todos e para todos. Neste
templo não se faz discriminação alguma. Não há espaços diferentes para homens e
para mulheres. Em Cristo já “não há varão e mulher”. Não há raças elegidas nem
povos excluídos. Os únicos preferidos são os necessitados de amor e vida.
Necessitamos igrejas e templos para celebrar Jesus como Senhor, mas Ele é o
nosso verdadeiro templo.
Fonte: IHU - Notícias
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