“E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens
a mim”. (Jo 12, 32)
Abaixo, uma reflexão muito interessante e bem atual
do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola sobre o texto Jo 12, 20-33.
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos
(IHU).
Vale a pena
ler.
WCejnóg
IHU
- NOTÍCIAS
Sexta, 20 de março de
2015
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 12,
20-33 que corresponde ao Quinto Domingo de Quaresma, Ciclo B, do Ano
Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o
texto.
Eis o texto
Um grupo de “gregos”,
provavelmente pagãos, aproximou-se dos discípulos com uma petição admirável: “Queremos
ver Jesus”. Quando lhe comunicam, Jesus responde com um discurso vibrante
em que resume o sentido profundo da Sua vida. Chegou a hora. Todos, judeus e
gregos, poderão captar em breve o mistério que se encerra na Sua vida e na Sua
morte: “Quando for elevado sobre a terra, atrairei todos para mim”.
Quando Jesus for erguido
numa cruz e aparecer crucificado sobre o gólgota, todos poderão conhecer o amor
insondável de Deus e se darão conta de que Deus é amor e só amor para todo o
ser humano. Sentir-se-ão atraídos pelo Crucificado. Nele descobrirão a
manifestação suprema do Mistério de Deus.
Para isso necessita-se,
desde logo, algo mais que ter ouvido falar da doutrina da redenção. Algo mais
que assistir a algum ato religioso da Semana Santa. Temos de centrar o nosso
olhar interior em Jesus e deixar-nos comover, ao descobrir nessa crucificação
o gesto final de uma vida entregue dia a dia por um mundo mais humano para
todos.Um mundo que encontra a sua salvação em Deus.
Mas, provavelmente a
Jesus, começamos a conhecê-lo verdadeiramente quando, atraídos pela Sua entrega
total ao Pai e à Sua paixão por uma vida mais feliz para todos os Seus filhos,
escutamos, mesmo que debilmente, a Sua chamada: “O que queira servir-me
que me siga, e onde esteja Eu, ali estará também o Meu servidor”.
Tudo se inicia num
desejo de “servir” Jesus, de colaborar na Sua tarefa, de viver só para o Seu
projeto, de seguir os Seus passos para manifestar, de
múltiplas formas e com gestos quase sempre pobres, como nos ama Deus a todos.
Então começamos a converter-nos em Seus seguidores.
Isto significa partilhar
a Sua vida e o Seu destino: “onde esteja Eu, ali estará o Meu
servidor”. Isto é ser cristão: estar onde estava Jesus, ocupar-nos do que se
ocupava Ele, ter as metas que Ele tinha, estar na cruz como esteve Ele, estar
um dia à direita do Pai onde está Ele.
Como seria uma Igreja
“atraída” pelo Crucificado, impulsionada pelo desejo de “servi-lo” só a Ele e
ocupada com as coisas em que se ocupava Ele? Como seria uma Igreja que
atraísse as pessoas para Jesus?
Fonte:
IHU – Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário