Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 20 de março de 2015

Atraídos pelo crucificado. – Reflexão de José Antonio Pagola.


E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim”. (Jo 12, 32)

Abaixo, uma reflexão muito interessante e bem atual do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola sobre o texto Jo 12, 20-33.
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena  ler.

WCejnóg


IHU - NOTÍCIAS
Sexta, 20 de março de 2015

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 12, 20-33 que corresponde ao Quinto Domingo de Quaresma, Ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo  espanhol  José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Um grupo de “gregos”, provavelmente pagãos, aproximou-se dos discípulos com uma petição admirável: “Queremos ver Jesus”. Quando lhe comunicam, Jesus responde com um discurso vibrante em que resume o sentido profundo da Sua vida. Chegou a hora. Todos, judeus e gregos, poderão captar em breve o mistério que se encerra na Sua vida e na Sua morte: “Quando for elevado sobre a terra, atrairei todos para mim”.

Quando Jesus for erguido numa cruz e aparecer crucificado sobre o gólgota, todos poderão conhecer o amor insondável de Deus e se darão conta de que Deus é amor e só amor para todo o ser humano. Sentir-se-ão atraídos pelo Crucificado. Nele descobrirão a manifestação suprema do Mistério de Deus.

Para isso necessita-se, desde logo, algo mais que ter ouvido falar da doutrina da redenção. Algo mais que assistir a algum ato religioso da Semana Santa. Temos de centrar o nosso olhar interior em Jesus e deixar-nos comover, ao descobrir nessa crucificação o gesto final de uma vida entregue dia a dia por um mundo mais humano para todos.Um mundo que encontra a sua salvação em Deus.

Mas, provavelmente a Jesus, começamos a conhecê-lo verdadeiramente quando, atraídos pela Sua entrega total ao Pai e à Sua paixão por uma vida mais feliz para todos os Seus filhos, escutamos, mesmo que debilmente, a Sua chamada: “O que queira servir-me que me siga, e onde esteja Eu, ali estará também o Meu servidor”.

Tudo se inicia num desejo de “servir” Jesus, de colaborar na Sua tarefa, de viver só para o Seu projeto, de seguir os Seus passos para manifestar, de múltiplas formas e com gestos quase sempre pobres, como nos ama Deus a todos. Então começamos a converter-nos em Seus seguidores.

Isto significa partilhar a Sua vida e o Seu destino: “onde esteja Eu, ali estará o Meu servidor”. Isto é ser cristão: estar onde estava Jesus, ocupar-nos do que se ocupava Ele, ter as metas que Ele tinha, estar na cruz como esteve Ele, estar um dia à direita do Pai onde está Ele.

Como seria uma Igreja “atraída” pelo Crucificado, impulsionada pelo desejo de “servi-lo” só a Ele e ocupada com as coisas em que se ocupava Ele? Como seria uma Igreja que atraísse as pessoas para Jesus?




Nenhum comentário:

Postar um comentário