Abaixo,
mais uma importante reportagem (que é um verdadeiro alerta!) sobre a questão indígena no Brasil. É muito importante a
sociedade brasileira tomar conhecimento das manobras políticas da parte dos
deputados ruralistas no Congresso Nacional, que querem modificar as leis
vigentes para possibilitar a exploração dos recursos minerais e hídricos nas
terras demarcadas para os Povos indígenas no Brasil. Isso significaria a oficialização
de um absurdo retrocesso em relação às garantias dos direitos desses povos que
abriria o caminho para continuar o genocídio
dos povos indígenas que ainda restam no Brasil.
A
matéria foi publicada no site Terra de Direitos, no mês de fevereiro de 2015.
Não
deixe de ler!
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IHU – notícias
Quinta, 12 de fevereiro de 2015
PEC 215 volta a ameaçar direitos indígenas
O início do novo período legislativo é marcado por profundos ataques aos
povos indígenas. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000, que visa alterar o modo de
reconhecimento e demarcação de terras indígenas no Brasil, volta ao debate na
Câmara dos Deputados após pedido de desarquivamento ocorrido no dia 3 de
fevereiro.
A reportagem foi publicada pelo sítio Terra
de Direitos, 11-02-2015.
A PEC
215, apresentada por Almir de Sá (e
outros), retira a competência de demarcação de Terras Indígenas (TIs)
do Poder Executivo Federal e a transfere para o Poder Legislativo. Além disso,
a proposta apresentada possibilita a revisão das TIs já demarcadas. Segundo
dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), existem atualmente 462 TIs demarcadas no país.
Pelo fato da previsão de demarcação de Terras Indígenas feita pela União
estar na Constituição, a bancada do agronegócio insiste na aprovação de uma PEC
para alterar o texto constitucional.
Em 2014 – assim como no fim de outras legislaturas – a PECfoi arquivada pelo plenário da Câmara. Segundo
regras do Regimento Interno, deve haver o arquivamento da proposta ao final do
período legislativo, caso não tenha sido aprovada nas comissões necessárias. O
arquivamento foi resultado, na verdade, de uma intensa mobilização do movimento
indígena.
Em dezembro de 2014, época em que estava sendo em votação o relatório da
Comissão Especial da PEC
215, o movimento realizou manifestações em frente a Câmara dos
Deputados. Na ocasião, seis indígenas foram presos após alegação de terem
supostamente ferido policiais.
O requerimento para desarquivamento da PEC neste ano foi assinado pelos deputados
Luiz Carlos Heinze (PP/RS), Nilson Leitão (PSDB/MT), Marcos Montes (PSD-MG), Osmar Serraglio (PMDB-PR)
e
Alceu Moreira (PMDB/RS).
Os deputados Heinze e Moreira,
que assinam o pedido de desarquivamento, foram denunciados por movimentos
sociais por práticas racistas e homofóbicas.
Proponentes polêmicos
Em 2013, os deputados tiveram um vídeo divulgado na internet, onde
proferiam discursos de cunho racista durante a realização de uma audiência
pública que debatia a demarcação de terras indígenas. Na ocasião, Heinze se
posicionava contra a titulação desses territórios e insultava a diversidade, e
povos e comunidades tradicionais, dizendo que os mesmos representariam “tudo
que não presta”.
Moreira também se referiu ao grupo insultado como “vigaristas”,
e incitou ao crime ao defender que agricultores se vestissem de “guerreiros”
e expulsassem indígenas e quilombolas que lutam pela demarcação de suas terras.
O discurso criminoso e preconceituoso dos dois deputados retrata o
péssimo contexto político em que está inserida a PEC 215. Desarquivada por integrantes da bancada
ruralista, a proposta tende a ser votada sem a ampla discussão dos reais
impactos para os indígenas do Brasil.
O cenário não é só de persistência das pautas e estratégias do agronegócio,
como também de seu fortalecimento parlamentar.
Fonte: IHU - Notícias
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