Abaixo, uma ótima reflexão, bem concreta e muito
atual, do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola sobre o texto Jo 3,
14-21 (A missão de Jesus Cristo). Sem dúvida, quem procura a entender melhor esse
texto bíblico, encontrará aqui uma
grande ajuda.
O texto foi publicado no site do Instituto
Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler!
WCejnog
IHU – Notícias
Sexta, 13 de março de
2015
Deus ama o mundo
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 3,14-21 que
corresponde ao Quarto Domingo de Quaresma, Ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Não é uma frase a mais.
Palavras que se poderiam eliminar do Evangelho, sem que nada importante se
alterasse. É a afirmação que recolhe o núcleo essencial da fé cristã. “Tanto
amou Deus ao mundo que entregou o Seu único Filho.” Este amor de Deus é a
origem e o fundamento da nossa esperança.
“Deus ama o mundo.” Ama-o
tal como é. Inacabado e incerto. Cheio de conflitos e contradições. Capaz
do melhor e do pior. Este mundo não percorre o seu caminho só, perdido
e desamparado. Deus envolve-o com o Seu amor por toda a parte. Este fato tem
consequências da máxima importância.
Jesus é, antes de tudo,
o “presente” que Deus fez ao mundo, não só aos cristãos. Os
investigadores podem discutir sem fim sobre muitos aspectos da Sua figura
histórica. Os teólogos podem continuar a desenvolver as suas teorias mais
engenhosas. Só quem se aproxima de Jesus Cristo como o grande presente de Deus,
pode ir descobrindo em todos os Seus gestos, com emoção e satisfação, a
proximidade de Deus a todos os seres humanos.
A razão de ser da
Igreja, o único que justifica a sua presença no mundo é recordar o amor de
Deus. Foi sublinhado muitas vezes pelo Vaticano II: A Igreja “é enviada por
Cristo a manifestar e comunicar o amor de Deus a todos os homens”. Nada há mais
importante. O primeiro é comunicar esse amor de Deus a todo o ser humano.
Segundo o evangelista,
Deus faz ao mundo esse grande presente que é Jesus, “não para julgar o mundo,
mas para que o mundo se salve por ele”. É muito perigoso fazer da
denúncia e da condenação do mundo moderno todo um programa pastoral. Só com
o coração cheio de amor a todos, nós podemos chamar uns aos outros à conversão.
Se as pessoas se sentem condenadas por Deus, não lhes estamos a transmitir a
mensagem de Jesus, mas outra coisa: talvez, o nosso ressentimento e desagrado.
Nestes momentos em que
tudo parece confuso, incerto e desalentador, nada nos impede a cada um de
introduzir um pouco de amor no mundo. É o que fez Jesus. Não há que esperar a
ninguém. Por que não haverá nestes momentos homens e mulheres bons, que
introduzam entre nós amor, amizade, compaixão, justiça, sensibilidade e ajuda aos que sofrem? Estes constroem
a Igreja de Jesus, a Igreja do amor.
Fonte: IHU - Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário