Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 27 de março de 2015

Gesto supremo. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!


Abaixo, uma reflexão muito boa, atual e bem adequada para o Domingo de Ramos. É uma leitura muito útil sobretudo para quem vive na busca de purificação da sua fé cristã.
O texto, de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola, foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a  pena  ler!
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IHU -NOTÍCIAS
Sexta, 27 de março de 2015

Gesto supremo

 


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 14, 1-15,47 que corresponde a Festa do Domingo de Ramos do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto


Jesus contou com a possibilidade de um final violento. Não era um ingênuo. Sabia ao que se expunha se continuasse a insistir no projeto do reino de Deus. Era impossível procurar com tanta radicalidade uma vida digna para os “pobres” e os “pecadores”, sem provocar a reação daqueles a quem não interessava qualquer mudança.

Certamente, Jesus não é um suicida. Não procura a crucificação. Nunca quis o sofrimento nem para os outros nem para ele. Toda a Sua vida dedicara-se a combatê-lo onde o encontrasse: na doença, nas injustiças, no pecado ou no desespero. Por isso não corre agora atrás da morte, mas também não recua.

Continuará a acolher pecadores e excluídos apesar de a Sua ação irritar o Templo. Se o condenam, morrerá também Ele como um delinquente e excluído, mas a Sua morte confirmará o que foi toda a Sua vida: confiança total num Deus que não exclui ninguém do Seu perdão.

Continuará a anunciar o amor de Deus aos últimos, identificando-se com os mais pobres e desprezados do império, por muito que incomode nos ambientes próximos do governador romano. Se um dia O executam no suplício da cruz, reservado para escravos, morrerá também Ele como um desprezível escravo, mas a Sua morte selará para sempre a Sua fidelidade ao Deus defensor das vítimas.
   
Cheio do amor de Deus, seguirá oferecendo “salvação” a quem sofre do mal e da doença: dará “abrigo” a quem é excluído pela sociedade e a religião; oferecerá o “perdão” gratuito de Deus a pecadores e pessoas perdidas, incapazes de voltar à Sua amizade. Esta atitude salvadora que inspira toda a Sua vida inspirará também a Sua morte.
Por isso aos cristãos, atrai-nos tanto a cruz.  Beijamos o rosto do Crucificado,  levantamos os olhos para Ele, escutamos as Suas últimas palavras...  porque na Sua crucificação vemos o serviço último de Jesus ao projeto do Pai, e o gesto supremo de Deus entregando o Seu Filho por amor à humanidade inteira.

É indigno converter a semana santa em folclore ou reclame turístico. Para os seguidores de Jesus celebrar a paixão e morte do Senhor é agradecimento emocionado, adoração gozosa ao amor “incrível” de Deus e chamada para viver como Jesus solidarizando-nos com os crucificados.


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