Abaixo,
uma pequena reflexão para os momentos de silêncio da Sexta-feira
Santa. Muito boa!
O
texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale
a pena refletir.
WCejnóg
IHU
- Notícias
Quinta, 24 de março de 2016
O silêncio Daquele que Jesus chama Abba, meu Pai"
Artigo de Alexander Nava
O Cristo torturado da América Latina de Guido
Rocha.
(Fonte: dasilio.wordpress.com)
Jesus de Nazaré, o Filho, na vida “passou fazendo o bem”
(cf. At 10, 37s), numa profunda intimidade com o Deus que
chamava de “Abba, meu Pai” e com os abandonados de seu tempo. Ele se fez
presença, companhia, remédio e esperança daqueles que tinham “fome e sede de
Justiça”.
Era portador de uma
“Boa-Notícia”: o Reino de Deus como espaço disponível para
todos, de espera escatológica (para além daqui), cuja realização é
experimentada desde aqui. Hoje, garantir os valores do Reino –
Justiça, Verdade, Direito, Paz, etc. – é viver centelhas do que “na plenitude
escatológica” está reservado.
Não há espaço para
remendos: “para vinho novo, odres novos”. O Reino exige uma
nova postura, uma autêntica conversão. Em outras palavras, é buscar
continuamente a vivência dos valores salutares do Reino com profecia e sem temor.
Por causa do Reino, que anunciou profeticamente, na opção de Deus por aqueles que a religião e
os “importantes da sociedade” julgavam desprezíveis, foi condenado à morte
vergonhosa de cruz. É possível aprender uma lição: a verdade tem um preço!
Queremos viver na verdade e assumir suas consequências?
A resistência ao
sofrimento não é diferente para Jesus. Ele não é um super-homem, muito menos está imune
de sofrer. O “grito forte” de Jesus na cruz, narrado pelo
evangelista Marcos, desvela com fidelidade aquilo que vivenciou
naquele madeiro: abandono, sofrimento, vergonha.
A experiência do
abandonado é atualizada no grito dos crucificados de hoje e de todos
os tempos. Nele retoma-se a pergunta que surgiu no século XX, principalmente
depois das guerras mundiais, genocídios, etc.: o que fazia Deus diante de tanta
atrocidade?
Deus está
ali, junto com os crucificados de cada tempo. É um Deus que sofre, aceita sofrer, porque ama
apaixonadamente, não apenas o seu igual (Filho), mas o seu outro (mundo e ser
humano). É um amor que não imuniza a dor.
Fonte: IHU - Notícias
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