Abaixo, uma curta mas bem concreta
análise da questão de liturgia existente na Igreja Católica. Penso que este é
um dos grandes desafios que a Igreja Católica precisa de enfrentar e trabalhar
nos tempos atuais. É importante analisar
com seriedade esta questão.
O texto, que foi publicado no site do
Instituto Humanitas Unisinos (IHU) em junho de 2015, continua sendo muito atual
hoje.
Não deixe de ler!
WCejnóg
IHU – Notícias
quinta, 30 de julho de
2015
“Na liturgia, a igreja tem um
atraso de mais de mil anos”, diz José María Castillo.
“A linguagem e os ritos
da eucaristia ficaram parados na Alta Idade Média”.
A análise é do
teólogo José María Castillo e publicada em seu blog Teología
sin Censura, 29-07-2015. A tradução é de André Langer.
Eis o artigo.
Sabe-se que o
falecido cardeal Martini disse
ao Papa Bento XVI que a Igreja está 200 anos atrasada em relação à
sociedade e à cultura atual. Suponho que Martini se referia ao
exercício do poder e ao sistema de governo eclesiástico. Se o cardeal tivesse
falado ao Papa sobre a liturgia, o mais provável é que teria dito que a Igreja
tem um atraso de mais de mil anos.
Não estou exagerando.
Basta consultar a excelente e documentada história da missa, de Joseph A. Jungmann, para
dar-se conta de que a estrutura da celebração eucarística, a linguagem que nela
se utiliza (mesmo que traduzida do latim), a maior parte dos gestos rituais e o
conjunto da cerimônia, tudo isso ficou ancorado e emperrado no que se fazia e
se expressava segundo a linguagem e os costumes da Alta Idade Média.
Ou seja, segundo os usos
e formas de expressão que eram atuais nos longínquos tempos do século V ao
VIII. Sem dúvida alguma, pode-se afirmar que não existe nenhuma outra
instituição, por mais conservadora que seja, que se comporte desta maneira. E
ficamos surpresos com o fato de que haja tantos cristãos que vão apenas na
missa?
Por isso, convém
reconhecer que a Constituição sobre a Liturgia,
do Concílio Vaticano II, fez bem à Igreja em algumas coisas, por
exemplo, ao permitir a tradução do latim às línguas atuais. Mas também é
verdade que aquilo foi uma “atualização” que ficou curta.
Seguramente, porque faltou
tempo, a devida preparação e as condições indispensáveis para enfrentar os
problemas mais de fundo e mais atuais que afetam a liturgia, os rituais, os
sinais, os símbolos e os complicados e atualíssimos temas relacionados à
comunicação entre os seres humanos.
Fonte: IHU- Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário