“Respondeu o Senhor:
"Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia
apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será
tirada". (Lc 10, 41-42)
Abaixo, uma pequena mas muito
valiosa e atual reflexão para todos nós, os cristãos de hoje. Tem como pano de fundo o texto
bíblico Lc
10, 38-42 (Jesus visita as irmãs Marta e
Maria).
Acho que é muito importante buscarmos
sempre com autencidade e simplicidade uma fé cristã simples e sólida, baseada em
Cristo Jesus.
O texto é de autoria do padre e
teólogo espanhol José Antonio Pagola e foi publicado no site do Instituto
Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler!
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IHU -
Notícias
Sexta, 15 de julho de 2016
Necessário e
urgente
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo
Lucas 10, 38-42 que corresponde ào 16° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano
Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
Eis o texto
Enquanto
o grupo de discípulos segue o seu caminho, Jesus entra sozinho numa aldeia e dirige-se
a uma casa onde encontra duas irmãs a quem aprecia muito. A presença de Jesus, seu amigo,
provoca nas mulheres duas reações muito diferentes.
Maria, seguramente a irmã mais jovem, deixa tudo e fica
«sentada aos pés do Senhor». A sua única preocupação é escutá-lo. O evangelista
descreve-a com os traços que caracterizam o verdadeiro discípulo: aos pés do
Mestre, atenta à sua voz, acolhendo a sua Palavra e alimentando-se dos seus
ensinamentos.
A reação de Marta é
diferente. Desde que chegou Jesus, não faz mais do que esforçar-se em acolhê-lo
e atendê-lo devidamente. Lucas descreve-a preocupada por múltiplas ocupações. Sobrecarregada
pela situação e magoada com a sua irmã, expõe as suas queixas a Jesus: “Senhor,
não te importa que a minha irmã me tenha deixado sozinha com o serviço? Diz-lhe
que me ajude”.
Jesus não perde a paz. Responde à Marta com um
grande carinho, repetindo pausadamente seu nome; logo, faz-lhe ver que também a
Ele o preocupa a sua aflição, mas que deve saber que escutá-lo é tão essencial
e necessário que nenhum discípulo pode ficar sem a sua Palavra. “Marta, Marta,
andas inquieta e nervosa com tantas coisas; só uma é necessária”. “Maria escolheu
a parte melhor e não lhe será tirada”.
Jesus não critica o serviço de Marta. Como o poderia fazer se Ele mesmo
está a ensinar a todos com o Seu exemplo de viver acolhendo, servindo e
ajudando os demais? O
que critica é o seu modo de trabalhar de forma nervosa, debaixo da pressão de
demasiadas ocupações.
Jesus não contrapõe a vida ativa e a contemplativa, nem a escuta fiel da sua Palavra e o compromisso de
viver na prática o Seu estilo de entrega aos demais. Alerta sim, para o perigo
de viver absorvidos por um excesso de atividade, em agitação interior
permanente, apagando em nós o Espírito, contagiando o nervosismo e a aflição
mais do que a paz e o amor.
Pressionados pela diminuição das forças, estamos a habituar-nos a pedir
aos cristãos mais generosos todo o tipo de compromissos dentro e fora da
Igreja. Se, ao mesmo tempo, não lhes oferecemos espaços e momentos para
conhecer Jesus, escutar sua Palavra e alimentar-se do seu Evangelho, corremos o
risco de fazer crescer na Igreja a agitação e o nervosismo, mas não o seu
Espírito e a Sua paz. Poderemos vir a encontrar-nos com comunidades animadas por
funcionários afligidos, mas não por testemunhas que irradiam o alento e a vida
do seu Mestre.
Fonte: IHU - Notícias
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