Hoje, relembrando uma reflexão muito concreta
e importante (já foi pulicada em 2014). Como pano de fundo tem o
texto bíblico Jo 1, 29-34 (testemunho de João Batista). É de autoria do padre e
teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
WCejnóg
IHU – Adital
13 janeiro 2017
Com o fogo do Espírito
A leitura que a Igreja propõe neste
domingo é o Evangelho segundo João 1, 29-34, que corresponde ao Segundo Domingo
do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio
Pagola comenta o texto.
Eis o texto
As primeiras comunidades cristãs
preocuparam-se em diferenciar bem o batismo de João, que submergia as pessoas
nas águas do Jordão, e o batismo de Jesus, que comunicava seu Espírito para
limpar, renovar e transformar o coração dos seus seguidores. Sem esse Espírito
de Jesus, a Igreja apaga-se e extingue-se.
Só o Espírito de Jesus pode colocar
mais verdade no cristianismo atual.
Só o Seu Espírito pode nos conduzir a recuperar nossa verdadeira identidade,
abandonando caminhos que nos desviam uma e outra vez do Evangelho. Só esse
Espírito pode nos dar luz e força para empreender a renovação que necessita
hoje a Igreja.
O papa Francisco sabe
muito bem que o maior obstáculo para colocar em marcha uma nova etapa
evangelizadora é a mediocridade espiritual. Ele o diz de uma
forma categórica. Deseja alentar com todas suas forças uma etapa “mais ardente,
alegre, generosa, audaz, cheia de amor até o fim, e de vida contagiosa”. Mas
tudo será insuficiente “se não arde nos corações o fogo do Espírito”.
Por isso procura para a Igreja de
hoje “evangelizadores com Espírito” que se abram sem medo à
sua ação, e encontrem nesse Espírito Santo de Jesus “a força para anunciar a
verdade do Evangelho com audácia, em voz alta e em todo o tempo e lugar,
inclusive contra a corrente”.
Segundo o papa, a renovação que quer
impulsionar no cristianismo atual não é possível “quando a falta de uma
espiritualidade profunda se traduz em pessimismo, fatalismo e desconfiança”, ou
quando nos leva a pensar que “nada pode mudar” e, portanto, que “é inútil
esforçar-se”, ou quando baixamos os braços definitivamente, “dominados por um
descontentamento crônico ou por uma apatia que seca a alma”.
Francisco adverte-nos que “às vezes
perdemos o entusiasmo ao esquecer que o Evangelho responde às necessidades mais
profundas das pessoas”. No entanto, não é assim. O papa expressa, com força,
sua convicção: “Não é o mesmo ter conhecido Jesus que não conhecê-Lo, não é o
mesmo caminhar com Ele que caminhar a esmo, não é o mesmo poder escutá-Lo que
ignorar sua Palavra [...] não é o mesmo tratar de construir o mundo com seu
Evangelho que fazê-Lo sozinho, apenas com a própria razão”.
Tudo isto, temos de descobri-lo por
experiência pessoal de Jesus. Do
contrário, diz o papa, a quem não O descobre, ”depressa lhe falta força e
paixão; é uma pessoa que não está convencida, entusiasmada, segura, apaixonada,
não convence ninguém”. Não estará aqui um dos principais obstáculos para
impulsionar a renovação pretendida pelo papa Francisco?
Fonte:
IHU – Comentário do Evangelho
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