“ E Jesus,
vendo as multidões, subiu a um monte, e assentando-se, aproximaram-se dele os
seus discípulos; e abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
Bem-aventurados os pobres
de espírito, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados
os que choram, porque eles serão consolados;
Bem-aventurados
os mansos, porque eles herdarão aterra;
Bem-aventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
Bem-aventurados
os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Bem-aventurados
os puros de coração, porque eles verãoa Deus;
Bem-aventurados
os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Bem-aventurados
os que sofrem perseguição por causa da justiça,
porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados
sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, falarem
todo mal contra vós por minha causa.
Exultai e
alegrai-vos, porque é
grande o vosso galardãonos céus; porque assim perseguiram os profetas
que vieramantes de vós.” (Mt
5, 1-12)
Abaixo, uma pequena reflexão, porém muito expressíva, concreta e atual,
que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 5, 1-12 (Sermão da montanha – Bem-aventuranças). É de autoria do padre e teólogo espanhol José
Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler!
WCejnóg
IHU - Adital
27 Janeiro 2017.
Uma Igreja mais evangélica
A leitura que a Igreja propõe neste
domingo é o Evangelho segundo Mateus 5, 1-12 que corresponde ao Quarto Domingo
do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio
Pagola comenta o texto.
Eis o
texto
Ao formular as bem-aventuranças,
Mateus, diferentemente de Lucas, preocupa-se em traçar as linhas que devem
caracterizar os seguidores de Jesus. Daí a importância que têm para nós nestes
tempos em que a Igreja deve ir encontrando o seu próprio estilo de vida no meio
de uma sociedade secularizada.
Não
é possível propor a Boa Nova de Jesus de qualquer forma. O Evangelho se difunde somente a partir de
atitudes evangélicas. As bem-aventuranças nos indicam o espírito que há de
inspirar a atuação da Igreja enquanto peregrina a caminho do Pai. Temos de
escutá-las em atitude de conversão pessoal e comunitária. Somente assim
poderemos caminhar para o futuro.
Feliz
a Igreja “pobre de espírito” e
de coração simples, que atua sem prepotência nem arrogância, sem riquezas nem
esplendor, sustentada pela autoridade humilde de Jesus. Dela é o reino de Deus.
Feliz
a Igreja que chora com os que choram e sofrem, ao ser despojada de
privilégios e poder, pois poderá partilhar melhor a sorte dos perdedores e
também o destino de Jesus. Um dia será consolada por Deus.
Feliz
a Igreja que renuncia a impor-se pela força,
pela coação ou pela submissão, praticando sempre a mansidão do seu Mestre e
Senhor. Herdará um dia a terra prometida.
Feliz
a Igreja que tem fome e sede de justiça dentro
de si mesma e para o mundo inteiro, pois procurará a sua própria conversão e
trabalhará por uma vida mais justa e digna para todos, começando pelos últimos.
A sua ânsia será saciada por Deus.
Feliz
a Igreja compassiva que renuncia ao rigorismo e prefere a misericórdia
antes que os sacrifícios, pois acolherá os pecadores e não lhes ocultará a Boa
Nova de Jesus. Ela obterá de Deus a misericórdia.
Feliz
a Igreja de coração limpo e
conduta transparente, que não encobre os seus pecados nem promove o secretismo
ou a ambiguidade, pois caminhará na verdade de Jesus. Um dia verá Deus.
Feliz
a Igreja que trabalha pela paz e
luta contra as guerras, que junta os corações e semeia a concórdia, pois
contagiará a paz de Jesus que o mundo não pode dar. Ela será filha de Deus.
Feliz
a Igreja que sofre hostilidade e
perseguição por causa da justiça sem evitar o martírio, pois saberá chorar com
as vítimas e conhecerá a cruz de Jesus. Dela é o reino de Deus.
A sociedade atual necessita conhecer
comunidades cristãs marcadas por este espírito das bem-aventuranças. Somente
uma Igreja evangélica tem autoridade e credibilidade para mostrar o rosto de
Jesus aos homens e mulheres de hoje.
Cada um de nós deve decidir como quer
viver e como quer morrer. Cada um deve escutar a sua própria verdade. Para mim,
não é o mesmo acreditar em Deus que não acreditar nele. Para mim, faz bem
realizar o caminho por este mundo sentindo-me acolhido, fortalecido, perdoado e
salvo pelo Deus revelado em Jesus.
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