Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Acender uma fé gasta. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


 Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.” (Mt 25,13)

Abaixo, uma curta reflexão, muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 25, 1-13  (a parábola das dez virgens), do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!
WCejnóg


IHU – ADITAL
10 Novembro 2017.

Acender uma fé gasta.

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,1-13, que corresponde ao 32° Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

A primeira geração cristã viveu convencida de que Jesus, o Senhor ressuscitado, voltaria brevemente cheio de vida. Não foi assim. Pouco a pouco, os seguidores de Jesus tiveram que se preparar para uma longa espera.

Não é difícil imaginar as perguntas que foram despertadas entre eles. Como manter vivo o espírito do início? Como viver despertos enquanto chega o Senhor? Como alimentar a fé sem deixar que se apague? Um relato de Jesus sobre o sucedido num casamento ajudava a pensar na resposta.

Dez jovens, amigas da noiva, acenderam as suas lâmpadas e prepararam-se para receber o esposo. Quando, ao cair o sol, chegar o noivo para tomar consigo a esposa, acompanharão ambos no cortejo que os levará até a casa do esposo, onde se celebrará o banquete nupcial.

Há um pormenor que o narrador quer destacar desde o início. Entre as jovens há cinco “sensatas” e prevenidas que tomam consigo azeite para alimentar as suas lâmpadas à medida que se vai consumindo a chama. As outras cinco são umas “néscias” e descuidadas que se esquecem de levar o azeite, correndo o risco de que se lhes apaguem as lâmpadas.

Rapidamente descobrirão o seu erro. O esposo atrasa-se e não chega até a meia-noite. Quando se ouve a chamada a recebê-lo, as sensatas alimentam com o seu azeite a chama das suas lâmpadas e acompanham o esposo até entrar com ele na festa. As néscias não fazem mais do que se lamentar: “Que se nos apagam as lâmpadas”. Ocupadas em adquirir azeite, chegam ao banquete quando a porta está fechada. Demasiado tarde.

Muitos comentadores procuram encontrar um significado secreto para o símbolo do azeite. Está Jesus a falar do fervor espiritual, do amor, da graça batismal...? Talvez seja mais simples recordar o seu grande desejo: “Eu vim trazer o fogo à terra, que desejo eu senão que se acenda?”. Há algo que possa acender mais a nossa fé que o contato vivo com Jesus?

Não é uma insensatez pretender conservar uma fé gasta sem reavivá-la com o fogo de Jesus? Não é uma contradição considerarmo-nos cristãos sem conhecer o Seu projeto, nem nos sentirmos atraídos pelo seu estilo de vida?

Necessitamos urgentemente de uma nova qualidade na nossa relação com Ele. Cuidar de tudo o que nos ajude a centrar a nossa vida na Sua pessoa. Não consumir energia no que nos distrai ou desvia do Seu Evangelho. Acender cada domingo a nossa fé, refletindo nas Suas palavras e comungando vitalmente com Ele. Ninguém pode transformar as nossas comunidades como Jesus.




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