“ Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o
Filho do homem há de vir.”
(Mt 25,13)
Abaixo, uma curta reflexão, muito concreta e atual, que tem como pano de
fundo o texto bíblico Mt 25, 1-13 (a
parábola das dez virgens), do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler!
WCejnóg
IHU – ADITAL
10 Novembro 2017.
Acender uma fé gasta.
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,1-13, que corresponde ao 32°
Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio
Pagola comenta o texto.
Eis o texto
A primeira geração cristã viveu convencida de que
Jesus, o Senhor ressuscitado, voltaria brevemente cheio de vida. Não foi assim.
Pouco a pouco, os seguidores de Jesus tiveram que se preparar para uma
longa espera.
Não é difícil imaginar as perguntas que foram
despertadas entre eles. Como manter vivo o espírito do início? Como
viver despertos enquanto chega o Senhor? Como alimentar a fé sem deixar que se
apague? Um relato de Jesus sobre o sucedido num casamento ajudava a pensar na
resposta.
Dez jovens, amigas da noiva, acenderam as suas
lâmpadas e prepararam-se para receber o esposo. Quando, ao cair o sol, chegar o
noivo para tomar consigo a esposa, acompanharão ambos no cortejo que os levará
até a casa do esposo, onde se celebrará o banquete nupcial.
Há um pormenor que o narrador quer destacar desde o
início. Entre as jovens há cinco “sensatas” e prevenidas que
tomam consigo azeite para alimentar as suas lâmpadas à medida que se vai
consumindo a chama. As outras cinco são umas “néscias” e descuidadas que se esquecem
de levar o azeite, correndo o risco de que se lhes apaguem as lâmpadas.
Rapidamente descobrirão o seu erro. O esposo
atrasa-se e não chega até a meia-noite. Quando se ouve a chamada a recebê-lo,
as sensatas alimentam com o seu azeite a chama das suas lâmpadas e acompanham o
esposo até entrar com ele na festa. As néscias não fazem mais do que se
lamentar: “Que se nos apagam as lâmpadas”. Ocupadas em adquirir
azeite, chegam ao banquete quando a porta está fechada. Demasiado tarde.
Muitos comentadores procuram encontrar um
significado secreto para o símbolo do azeite. Está Jesus a falar do fervor
espiritual, do amor, da graça batismal...? Talvez seja mais simples recordar o
seu grande desejo: “Eu vim trazer o fogo à terra, que desejo eu senão
que se acenda?”. Há algo que possa acender mais a nossa fé que o
contato vivo com Jesus?
Não é uma insensatez pretender conservar uma fé
gasta sem reavivá-la com o fogo de Jesus? Não é
uma contradição considerarmo-nos cristãos sem conhecer o Seu projeto, nem nos
sentirmos atraídos pelo seu estilo de vida?
Necessitamos urgentemente de uma nova qualidade na
nossa relação com Ele. Cuidar de tudo o que nos
ajude a centrar a nossa vida na Sua pessoa. Não consumir energia no que nos
distrai ou desvia do Seu Evangelho. Acender cada domingo a nossa fé, refletindo
nas Suas palavras e comungando vitalmente com Ele. Ninguém pode transformar as
nossas comunidades como Jesus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário