Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Com Jesus começa algo bom. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!


Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.” 
(Mc, 1,1)

Hoje, uma excelente reflexão, muito atual e importante. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Mc 1, 1-8  (Primeiras frases do Evangelho segundo Marcos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e meditar sobre esse assunto.
WCejnóg

IHU – ADITAL
08 Dezembro 2017.
Com Jesus começa algo bom

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos, capítulo 1,1-8, que corresponde ao Segundo Domingo do Advento, ciclo B do Ano Litúrgico.O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Ao longo deste novo ano litúrgico, o cristão irá lendo aos domingos o evangelho de Marcos. O Seu pequeno escrito começa com este título: «Início da Boa Nova de Jesus, o Messias, Filho de Deus». Estas palavras permitem-nos evocar algo do que encontraremos no seu relato.

Com Jesus «começa algo de novo». É o que em primeiro lugar quer deixar claro Marcos. Todo o anterior pertence ao passado. Jesus é o começo de algo novo e inconfundível. No relato, Jesus dirá que «o tempo cumpriu-se». Com Ele chega a Boa Nova de Deus.

Isto é o que experimentam os primeiros cristãos. Quem se encontra vitalmente com Jesus e penetra um pouco no Seu Mistério sabe que com Ele começa uma vida nova, algo que nunca se tinha experimentado anteriormente.

Em Jesus encontram uma «Boa Nova». Algo novo e bom. A palavra «evangelho» que utiliza Marcos é muito frequente entre os primeiros discípulos de Jesus e expressa o que sentem ao encontrar-se com Ele. Uma sensação de libertação, alegria, segurança e eliminação de medos. Em Jesus encontram-se com «a salvação de Deus».

Quando alguém descobre em Jesus o Deus amigo do ser humano, o Pai de todos os povos, o defensor dos últimos, a esperança dos perdidos, sabe que não encontrará uma notícia melhor. Quando conhece o projeto de Jesus de trabalhar por um mundo mais humano, digno e feliz, sabe que não poderá dedicar-se a nada maior.

Esta Boa Nova é Jesus mesmo, o protagonista do relato que vai escrever Marcos. Por isso a sua intenção primeira não é oferecer-nos doutrina sobre Jesus, nem contribuir com informação biográfica sobre Ele, mas, sim, seduzir-nos para que nos abramos à Boa Nova que só poderíamos encontrar Nele. Marcos atribui a Jesus dois títulos: um tipicamente judeu; o outro, mais universal. No entanto, reserva aos leitores algumas surpresas. Jesus é o «Messias» a quem os judeus esperavam como libertador do Seu povo. Mas um Messias muito diferente do líder guerreiro que muitos desejavam para destruir os romanos. No seu relato, Jesus é descrito como enviado por Deus para humanizar a vida e encaminhar a história para a sua salvação definitiva. É a primeira surpresa.

Jesus é «Filho de Deus», mas não dotado do poder e a glória que alguns poderiam ter imaginado. Um Filho de Deus profundamente humano, tão humano que só Deus pode ser assim. Só quando termine a Sua vida de serviço a todos, executado numa cruz, um centurião romano confessará: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus». É a segunda surpresa.



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