“Princípio do Evangelho de
Jesus Cristo, Filho de Deus.”
(Mc,
1,1)
Hoje, uma
excelente reflexão, muito atual e importante. Como pano de fundo tem o texto bíblico Mc 1, 1-8 (Primeiras frases
do Evangelho segundo Marcos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e meditar sobre
esse assunto.
WCejnóg
IHU – ADITAL
08 Dezembro 2017.
Com Jesus começa algo bom
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o
Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos, capítulo 1,1-8, que corresponde ao
Segundo Domingo do Advento, ciclo B do Ano Litúrgico.O teólogo espanhol José Antonio
Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Ao longo deste novo ano litúrgico, o cristão irá
lendo aos domingos o evangelho de Marcos. O Seu pequeno escrito começa com este
título: «Início da Boa Nova de Jesus, o Messias, Filho de Deus». Estas palavras
permitem-nos evocar algo do que encontraremos no seu relato.
Com Jesus «começa algo de novo». É o que em primeiro lugar quer deixar claro Marcos. Todo o anterior
pertence ao passado. Jesus é o começo de algo novo e inconfundível. No relato,
Jesus dirá que «o tempo cumpriu-se». Com Ele chega a Boa Nova
de Deus.
Isto é o que experimentam os primeiros cristãos.
Quem se encontra vitalmente com Jesus e penetra um pouco no Seu Mistério sabe
que com Ele começa uma vida nova, algo que nunca se tinha
experimentado anteriormente.
Em Jesus encontram uma «Boa Nova». Algo
novo e bom. A palavra «evangelho» que utiliza Marcos é muito frequente entre os
primeiros discípulos de Jesus e expressa o que sentem ao encontrar-se com Ele.
Uma sensação de libertação, alegria, segurança e eliminação de medos. Em
Jesus encontram-se com «a salvação de Deus».
Quando alguém descobre em Jesus o Deus amigo do ser
humano, o Pai de todos os povos, o defensor dos últimos, a esperança dos
perdidos, sabe que não encontrará uma notícia melhor. Quando conhece o projeto
de Jesus de trabalhar por um mundo mais humano, digno e feliz, sabe
que não poderá dedicar-se a nada maior.
Esta Boa Nova é Jesus mesmo, o protagonista do
relato que vai escrever Marcos. Por isso a sua intenção primeira não é
oferecer-nos doutrina sobre Jesus, nem contribuir com informação biográfica
sobre Ele, mas, sim, seduzir-nos para que nos abramos à Boa Nova que só
poderíamos encontrar Nele. Marcos atribui a Jesus dois títulos: um tipicamente
judeu; o outro, mais universal. No entanto, reserva aos leitores algumas
surpresas. Jesus é o «Messias» a quem os judeus esperavam como libertador do
Seu povo. Mas um Messias muito diferente do líder guerreiro
que muitos desejavam para destruir os romanos. No seu relato, Jesus é descrito
como enviado por Deus para humanizar a vida e encaminhar a
história para a sua salvação definitiva. É a primeira surpresa.
Jesus é «Filho de Deus», mas não dotado do poder e
a glória que alguns poderiam ter imaginado. Um Filho de Deus
profundamente humano, tão humano que só Deus pode ser assim. Só quando
termine a Sua vida de serviço a todos, executado numa cruz, um centurião romano
confessará: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus». É a segunda
surpresa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário