Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 23 de dezembro de 2017

Numa manjedoura. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!



“Hoje, na cidade de Davi, nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor. Isto servirá de sinal para vocês: encontrarão o bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura.” (Lc 2, 11-12)

Natal

Abaixo, uma pequena reflexão muito concreta, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 2, 1-14 (Nascimento do menino Jesus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola e foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
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IHU – ADITAL
22 de Dezembro 2017.

Numa manjedoura.

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,1-14, que corresponde a Festa do Natal, ciclo B do Ano Litúrgico.O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Segundo o relato de Lucas, é a mensagem do anjo aos pastores que nos oferece a chave para ler a partir da fé o mistério que rodeia um menino nascido em estranhas circunstâncias nos arredores de Belém.

É de noite. Uma claridade desconhecida ilumina as trevas que cobrem Belém. A luz não desce sobre o lugar onde se encontra o menino, mas envolve os pastores que escutam a mensagem. O menino fica oculto na obscuridade, num lugar desconhecido. É necessário fazer um esforço para descobri-lo.

Estas são as primeiras palavras que temos de escutar: «Não temais. Anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo». É algo muito grande o que sucedeu. Tudo é motivo para nos alegrarmos.  Esse menino não é de Maria e José. Nasceu para todos nós. Não é só de uns privilegiados. É para toda a gente.

O cristão não tem de monopolizar estas festas. Jesus é de quem o segue com fé e de quem o esqueceu, de quem confia em Deus e dos que duvidam de tudo. Ninguém está só frente aos seus medos. Ninguém está só na sua solidão. Há Alguém que pensa em nós.

Assim o proclama o mensageiro: «Nasceu hoje o Salvador: o Messias, o Senhor». Não é o filho do imperador Augusto, dominador do mundo, celebrado como salvador e portador da paz graças ao poder das suas legiões. O nascimento de um poderoso não é uma boa nova num mundo onde os débeis são vítimas de toda a classe de abusos.

Este menino nasce num povoado submetido ao Império. Não tem cidadania romana. Ninguém espera em Roma o Seu nascimento. Mas é o Salvador que necessitamos. Não estará a serviço de nenhum César.  Não trabalhará para nenhum império. É o Filho de Deus que se faz homem. Só procurará o reino do Seu Pai e a Sua justiça. Viverá para tornar a vida mais humana. Nele, encontrará este mundo injusto a salvação de Deus.

Onde está este menino? Como o podemos reconhecer? Assim diz o mensageiro: «Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado num casebre». O menino nasceu como um excluído. Os Seus pais não Lhe puderam encontrar um lugar acolhedor.  A Sua mãe deu à luz sem a ajuda de ninguém. Ela mesma fez o que pôde para envolvê-lo em panos e deitá-lo numa manjedoura.


Neste casebre começa Deus a Sua aventura entre os homens. Não o encontraremos entre os poderosos, mas entre os débeis. Não está no grande e espetacular, mas no pobre e pequeno. Vamos a Belém; voltemos às raízes da nossa fé. Procuremos Deus onde encarnou.



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