Hoje trago para o blog Indagações-Zapytania uma
reportagem sobre o teólogo suíço Hans Küng. Na verdade, trata-se de uma justa homenagem
a ele, que está completando 90 anos de vida. Parabéns Professor!
Para quem estiver interessado em saber mais
(ou relembrar) sobre a pessoa e trajetória desse grande teólogo – aqui há uma
oportunidade de leitura.
A reportagem foi publicada recentemente por Swiss Info, e
também, em seguida, no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena conferir!
WCejnóg
IHU - ADITAL
13 março 2018
Hans Küng, o teólogo
crítico, completa 90 anos
O teólogo suíço Hans Küng, católico e muito crítico com a Igreja, fará 90 anos no dia
19 de março. Suas posições lhe valeram uma proibição para ensinar por parte
do Vaticano, mas também lhe garantiram grande popularidade.
A reportagem é publicada por Swiss Info,
12-03-2018. A tradução é de André Langer.
Reportagem
Nascido em Sursee (Lucerna),
para onde voltou há alguns anos, filho de sapateiro, Hans Küng morou
em Tübingen, na Alemanha, onde ensinou durante 36 anos
na Universidade Eberhard-Karl, antes de se aposentar em 1996. Em
2013, aos 85 anos, ele se retirou quase totalmente da vida pública.
Hans Küng, que é um dos suíços mais conhecidos fora do seu país, comprometeu-se
em seus escritos com uma Suíça tolerante e aberta. Ele também
é conhecido por suas opiniões favoráveis ao casamento dos sacerdotes,
à ordenação de mulheres, à contracepção e à Teologia da
Libertação.
Oito vezes Doutor Honoris Causa, Hans Küng foi traduzido para cerca de 20 línguas. Seus mais de 50 livros,
entre os quais estão vários best-sellers, foram lidos em ambientes culturais,
sociais e religiosos os mais diversos.
Espírito inovador
Algumas de suas obras são consideradas verdadeiras
inovações da teologia do século XX, como sua trilogia Ser
cristão, Deus existe? e Vida eterna? Teólogo
liberal, Hans Küng engajou-se com afinco na ampliação do horizonte da Igreja
católica, o que acabou atraindo contra ele a ira da hierarquia romana.
O Papa João Paulo II cassou-lhe
sua ‘missio canonica’ (o direito de ensinar a teologia católica) em
1979, mas não conseguiu silenciá-lo. “Do país de Guillaume Tell,
herdei uma certa firmeza que muitas vezes desagrada a hierarquia”, gostava de declarar.
O ético também qualificou abertamente o papa polonês como um autoritário que
oprimia as mulheres e os teólogos.
Intelectual reconhecido, Hans Küng recebeu
inúmeros prêmios. A União das Igrejas Evangélicas da Alemanha concedeu-lhe
o Prêmio Karl Barth 1992. Em 1994, ele recebeu a Cruz do
Mérito da Alemanha de primeira categoria.
O Prêmio Cultural da Suíça Central também
foi concedido a ele em 1991. E em 1998, Hans Küng foi eleito
cidadão honorário de sua comuna de nascimento, Sursee.
Recebido por Bento XVI
Para surpresa de todos, Hans Küng foi recebido pelo Papa Bento XVI em 2005. Nesta
audiência, consagrada à sua Fundação Ética Global, que visa
promover a compreensão entre as religiões, as questões que eram
motivo de discordância foram cuidadosamente evitadas.
Os dois homens certamente falaram dos bons velhos
tempos: ambos ensinaram em Tübingen. E quando chovia, Hans
Küng costumava levar o ciclista Ratzinger no
seu Alfa Romeo.
Mais recentemente, em 2010, o teólogo exigiu que
o Papa Bento XVI fizesse seu ‘mea culpa’ sobre a
maneira como os casos de pedofilia estavam sendo tratados há
décadas.
Hans Küng não poupou nem mesmo a atitude do episcopado alemão e de seu
presidente, o arcebispo Robert Zollitsch, abalado por uma série de
revelações de abusos sexuaisantigos cometidos por membros do clero.
O teólogo suíço, no entanto, elogiou Francisco,
o atual papa.
Em seu Livro de 2015, Sieben Päpste [Sete Papas], ele disse que Francisco mudou profundamente o
clima do sistema da cúria romana com sua linguagem direta, seu estilo de vida
atípico em relação à cúria e seu apelo ao Evangelho.
Fonte:
IHU – ADITAL
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