Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quinta-feira, 29 de março de 2018

Mistério de esperança. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!




Depois o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, também entrou. Ele viu e creu.” (Jo 20,8)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito concreta e atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Jo 20,1-9  (Maria Madalena, Simão Pedro e João encontram o sepulcro vazio: não sabem que Jesus ressuscitou).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Muito bom. Não deixe de ler.
WCejnóg


IHU-ADITAL
29 Março 2018.

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20,1-9 que corresponde ao Domingo de Ressurreição ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Crer no Ressuscitado é resistirmos a aceitar que nossa vida é somente um pequeno parêntese entre dois grandes vazios. Apoiando-nos em Jesus Ressuscitado por Deus, intuímos, desejamos e cremos que Deus está conduzindo até a verdadeira plenitude o anseio de vida, de justiça e de paz que se encontra no coração da Humanidade e da criação inteira.

Crer no Ressuscitado é opor-nos com todas nossas forças a que essa imensa maioria de homens, mulheres e crianças que ao longo de sua vida tem conhecido somente a miséria, a humilhação e os sofrimentos, fiquem esquecidos para sempre.

Crer no Ressuscitado é confiar numa vida onde já não haverá pobreza nem dor, ninguém ficará triste e ninguém precisara chorar. Veremos assim aqueles que chegam a sua pátria verdadeira.

Crer no Ressuscitado é nos aproximar com esperança a tantas pessoas sem saúde, aos enfermos crônicos, aos deficientes físicos e psíquicos, às pessoas arrasadas pela depressão, que estão cansadas de viver e de lutar. Um dia elas conhecerão o que significa viver em paz e com saúde total. Escutarão as palavras do Pai que lhes disse: “Entra para sempre na alegria do teu Senhor”.

Crer no Ressuscitado é não nos resignar a que nosso Deus seja para sempre um “Deus oculto” de quem não é possível conhecer seu olhar, sua ternura e seus abraços. Nós o encontraremos encarnado para sempre com toda sua glória em Jesus.

Crer no Ressuscitado é confiar em que nossos esforços por um mundo mais humano e feliz não ficarão no vazio. Um dia bendito, os últimos serão os primeiros e as prostitutas nos precederão no Reino.

Crer no Ressuscitado é saber que tudo o que ficou pela metade, o que não aconteceu, aquilo que nós temos estragado pelo nosso pecado, tudo isso atingira em Deus a sua plenitude. Nada daquilo que temos vivido no amor ou daquilo que temos renunciado por amor ficará no esquecimento.

Crer no Ressuscitado é esperar que as horas alegres e as experiências tristes, as “pegadas” que temos deixado nas pessoas e nas coisas, o que temos construído ou desfrutado generosamente, fique transfigurado. Já não conheceremos a amizade que acaba nem a despedida que nos deixa tristes. Deus será tudo em todos.

Crer no Ressuscitado é acreditar que um dia escutaremos estas inacreditáveis palavras que o livro do Apocalipse coloca na boca de Deus: “Eu sou a origem e o fim de tudo... Àquele que tenha sede eu lhe darei grátis o manancial da água da vida”. Já não haverá morte nem pranto, nem gritos, nem fadigas, porque tudo isso terá passado.



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