Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

“Alimentar-nos de Jesus.” – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!



 Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.” (Jo 6,51)

Abaixo, uma boa reflexão, muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 6, 51-58  (a parábola das dez virgens), do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!
WCejnóg



IHU – ADITAL
17 Agosto 2018

Alimentar-nos de Jesus

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6, 51-58, que corresponde ao 20º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

No Brasil, as leituras correspondem à Solenidade da Assunção de Maria, transferida do dia 15 para o dia 19 de agosto.

Eis o texto

Segundo o relato de João, uma vez mais os judeus, incapazes de ir além do físico e do material, interrompem Jesus escandalizados pela linguagem agressiva que ele usa: “Como pode ele nos dar a sua carne para comer? Jesus não retira sua afirmação, porém dá às suas palavras um conteúdo mais profundo.

O centro de sua exposição permite nos alimentar na experiência que tinham as primeiras comunidades cristãs quando celebravam a eucaristia. Segundo Jesus, os discípulos não somente devem crer nele, mas também devem alimentar-se e nutrir-se de sua pessoa. A eucaristia é uma experiência central nos seguidores de Jesus.

As palavras que se seguem destacam seu caráter fundamental e indispensável: “Minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida”. Se os discípulos não se alimentam dele, poderão fazer e dizer muitas coisas, mas certamente não poderão esquecer suas palavras: “Não terão a vida em vocês”.

Para termos vida em nós, é preciso nos alimentar de Jesus, nos nutrir de seu sopro vital, interiorizar suas atitudes e critérios de vida. Esse é o segredo e a força da eucaristia. Somente o conhecem aqueles que comungam com ele e se alimentam por sua paixão pelo Pai e por seu amor a seus filhos.

A linguagem de Jesus é de grande força expressiva. Para aqueles que sabem se alimentar dele, Jesus faz esta promessa: “Ele vive em mim e eu vivo nele”. Quem se nutre da eucaristia experimenta que sua relação com Jesus não é uma realidade externa. Jesus não é um modelo de vida para que nós imitemos por fora. Ele alimenta nossa vida a partir de dentro.

Esta experiência de “habitar” em Jesus e deixar que Jesus “habite” em nós pode transformar a raiz de nossa fé. Este mútuo intercâmbio, esta estreita comunhão, difícil de expressar com palavras, constitui verdadeira relação do discípulo de Jesus. Isso quer dizer: segui-lo sustentados pela sua força vital.

A vida que Jesus transmite aos discípulos através da eucaristia é a mesma que ele recebe do Pai, que é a fonte inesgotável de vida plena. Uma vida que não se extingue com nossa morte biológica. Por isso Jesus se atreve a oferecer esta promessa aos seus: “quem come deste pão viverá para sempre”.

Sem dúvida o sinal mais grave da crise da fé cristã no meio de nós é o abandono tão generalizado da eucaristia dominical. Para quem ama a Jesus é doloroso observar como a eucaristia vai perdendo seu poder de atração.

Porém, é ainda mais doloroso que desde a própria Igreja assistimos a este fato sem atrever-nos a reagir. Por quê?



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