“Simão Pedro lhe respondeu:
"Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos
e sabemos que és o Santo de Deus". (Jo 6, 68-69)
Hoje, uma
boa reflexão, muito atual e importante. Como pano de fundo tem o texto bíblico Jo 6, 60-69 (Só Jesus tem
palavras de vida eterna). É de
autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler.
WCejnóg
IHU – ADITAL
24 Agosto 2018
A leitura que a Igreja propõe neste
domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6,60-69 que
corresponde ao 21° Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o
texto.
Eis o
texto
O evangelho de João conservou a
recordação de uma forte crise entre os seguidores de Jesus. Não
temos dados. Apenas nos é dito que aos discípulos lhes resulta duro o seu modo
de falar. Provavelmente parecia-lhes excessiva a adesão que espera deles. Num
determinado momento, “muitos discípulos voltaram atrás, e não andavam mais com
Jesus”.
Pela primeira vez experimenta Jesus
que as Suas palavras não têm a força desejada. No entanto não as retira, pelo
contrário, reafirma-as ainda mais: “As palavras que vos disse são espírito e
vida, mas alguns de vocês não acreditam”. As Suas palavras parecem duras,
mas transmitem vida, fazem viver, pois contêm Espírito de Deus.
Jesus não perde a paz. Não o
inquieta o fracasso. Dirigindo-se aos Doze faz-lhes a pergunta decisiva:
“Vocês também querem ir embora?”. Não os quer reter pela força. Deixa-lhes a
liberdade de decidir. Os Seus discípulos não devem ser servos, mas amigos. Se
querem, podem voltar a suas casas.
Uma vez mais, Pedro responde em nome
de todos. A sua resposta é exemplar. Sincera, humilde, sensata, própria
de um discípulo que conhece Jesus o suficiente para não o abandonar. A sua
atitude pode ainda hoje ajudar a quem com fé vacilante pondera prescindir de
toda a fé.
“A quem iremos, Senhor?”. Não tem sentido abandonar Jesus de qualquer
forma, sem encontrar um mestre melhor e mais convincente. Se não seguem Jesus,
ficarão sem saber a quem seguir. Não devem precipitar-se. Não é bom ficar sem
luz nem guia na vida.
Pedro é realista. É bom abandonar
Jesus sem ter encontrado uma esperança mais convincente e atrativa? Bastará
substituí-lo por um estilo de vida rebaixado, sem metas nem horizonte? É melhor
viver sem perguntas, questões, nem busca de nenhum tipo?
Há algo que Pedro não esquece: “As
Tuas palavras dão vida eterna”. Sente que as palavras de Jesus não são
palavras vazias nem enganosas. Junto Dele descobriram a vida de outra forma. A
Sua mensagem abriu-lhes a vida eterna. Onde poderiam encontrar uma notícia
melhor de Deus?
Pedro lembra, por último, a
experiência fundamental. Ao conviver com Jesus descobriu que vem de Deus. De
longe, a distância, desde a indiferença ou o desinteresse não se pode
reconhecer o mistério que está em Jesus. Os Doze conviveram de perto. Por isso
podem dizer: “Nós acreditamos e sabemos que tu és o Santo de Deus”. Seguirão
junto a Jesus.
Fonte: IHU - Comentário do Evangelho
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