Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

“Pão de vida eterna” – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!



Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”. (Jo 6,35)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito atual e bem concreta. Tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 6, 24-35 (O pão da vida é Jesus).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Muito boa. Vale a pena ler.
WCejnóg
  
IHU – ADITAL
03 Agosto 2018

Pão de vida eterna

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo João 6,24-35 que corresponde ao 18° Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Por que continuar a interessar-nos por Jesus depois de vinte séculos?  Que podemos esperar Dele? Que nos pode contribuir aos homens e mulheres do nosso tempo? Irá, acaso, resolver os problemas do mundo atual? O evangelho de João fala de um diálogo de grande interesse que Jesus mantém com uma multidão na margem do lago Galileu.

No dia anterior partilharam com Jesus uma refeição surpreendente e gratuita. Comeram pão até saciarem-se. Como o vão deixar partir? O que procuram é que Jesus repita o seu gesto e os volte a alimentar gratuitamente. Não pensam em outra coisa.

Jesus desconcerta-os com uma abordagem inesperada: «Esforçai-vos não para conseguir o alimento transitório, mas o permanente, o que dá a vida eterna». Mas como não nos preocuparmos pelo pão de cada dia? O pão é indispensável para viver. Necessitamos e devemos trabalhar para que nunca falte a ninguém. Jesus o sabe. O pão é o primeiro. Sem comer não podemos subsistir. Por isso se preocupa tanto com os famintos e mendigos, que não recebem dos ricos nem as migalhas que caem da sua mesa. Por isso amaldiçoa os latifundiários insensatos que armazenam o grão sem pensar nos pobres. Por isso ensina os seus seguidores a pedir cada dia ao Pai pão para todos os seus filhos.

Mas Jesus quer despertar neles uma fome diferente. Fala-lhes de um pão que não sacia só a fome de um dia, mas a fome e a sede de vida que há no ser humano. Não temos de esquecê-lo. Em nós há uma fome de justiça para todos, uma fome de liberdade, de paz, de verdade. Jesus apresenta-se como esse Pão que nos vem do Pai não para nos enchermos de comida, mas «para dar vida ao mundo».

Este Pão, vindo de Deus, «dá a vida eterna». Os alimentos que comemos cada dia nos mantêm vivos durante anos, mas chega um momento em que não podem defender-nos da morte. É inútil que sigamos comendo. Não nos podem dar vida para além da morte.

Jesus apresenta-se como «Pão de vida eterna». Cada um deve decidir como quer viver e como quer morrer. Mas nós, que nos chamamos seguidores Seus, temos de saber que acreditar em Cristo é alimentar em nós uma força imperecível, começar a viver algo que não acabará com a nossa morte. Simplesmente, seguir Jesus é entrar no mistério da morte, sustentados pela Sua força ressuscitadora.

Ao escutar suas palavras, aquelas pessoas de Cafarnaum gritavam-lhe desde o fundo do seu coração: «Senhor, dai-nos sempre desse pão». Desde a nossa fé vacilante, por vezes não nos atrevemos a pedir algo semelhante. Talvez só nos preocupe a comida de cada dia. E, às vezes, só a nossa.



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