Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 11 de agosto de 2018

“Atraídos pelo Pai para Jesus.” – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!




Abaixo, uma curta mas excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 6, 41-51 (Jesus diz: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o atrai” ). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
WCejnóg


IHU – ADITAL

10 Agosto 2018.

Atraídos pelo Pai para Jesus

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de João 6,41-51 que corresponde ao 19° Domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 


Eis o texto

Segundo o relato de João, Jesus repete cada vez de forma mais aberta que vem de Deus para oferecer a todos um alimento que dá vida eterna. As pessoas não podem continuar a escutar algo tão escandaloso sem reagir. Conhecem os seus pais. Como pode dizer que vem de Deus?

A ninguém nos pode surpreender a sua reação. É razoável acreditar em Jesus Cristo? Como podemos acreditar que neste homem concreto, nascido pouco antes de morrer Herodes, o Grande, e conhecido pela sua atividade profética na Galileia dos anos trinta, encarnou o Mistério insondável de Deus.

Jesus não responde às suas objeções. Vai diretamente à raiz da sua incredulidade: «Não continuais a murmurar». É um erro resistir-se à novidade radical da sua pessoa obstinando-se em pensar que já sabem tudo acerca da sua verdadeira identidade. Indicará o caminho que podem seguir.

Jesus pressupõe que ninguém pode acreditar se não se sente atraído pela sua pessoa. É certo. Talvez, desde a nossa cultura, o entendamos hoje melhor. Não nos resulta fácil acreditar em doutrinas ou ideologias. A fé e a confiança se desperta em nós quando nos sentimos atraídos por alguém que nos faz bem e nos ajuda a viver. Mas Jesus adverte-os de algo muito importante: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o atrai”. A atração em direção a Jesus é produzida por Deus mesmo. O Pai que o enviou ao mundo desperta o nosso coração para que nos aproximemos de Jesus com gozo e confiança, superando dúvidas e resistências.

Por isso temos de escutar a voz de Deus no nosso coração e deixar-nos conduzir por Ele para Jesus.  Deixar-nos ensinar docilmente por esse PaiCriador da vida e Amigo do ser humano: “Todo aquele que escuta o Pai e recebe sua instrução vem a mim”.

A afirmação de Jesus resulta revolucionária para aqueles judeus. A tradição bíblica dizia que o ser humano escuta no seu coração a chamada de Deus para cumprir fielmente a Lei. O profeta Jeremias tinha proclamado assim a promessa de Deus: “Eu colocarei a minha Lei dentro de vós e a escreverei nos vossos corações”.

As palavras de Jesus convidam-nos a viver uma experiência diferente. A consciência não é só o lugar recôndito e privilegiado onde podemos escutar a Lei de Deus. Se no íntimo do nosso ser nos sentimos atraídos pelo bom, o bonito, o nobre, o que faz bem ao ser humano, o que constrói um mundo melhor, facilmente nos sentiremos convidados por Deus a sintonizar com Jesus.


Fonte: IHU – Comentário do Evangelho



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