Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 25 de abril de 2020

“Duas experiências-chave”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Ótima!





E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?   (Lc 24,32)


A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é bem concreta e interessante. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Lc 24, 13-35 (No caminho para Emaús).

Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).


Vale a pena ler.

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IHU – ADITAL

24 Abril 2020


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 24,13-35 que corresponde ao Terceiro Domingo da Páscoa, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 


Eis o texto.


Ao longo dos anos, nas comunidades cristãs, foi-se colocando espontaneamente um problema muito real. Pedro, Maria Madalena e os outros discípulos tinham vivido experiências muito «especiais» de encontro com Jesus vivo após a Sua morte. Experiências que os levaram a «crer» em Jesus ressuscitado. Mas os que se aproximaram mais tarde do grupo de seguidores, como podiam despertar e alimentar essa mesma fé?

Este é também hoje o nosso problema. Nós não vivemos o encontro com o Ressuscitado que viveram os primeiros discípulos. Com que experiências podemos contar? Isso é o que é suscitado pelo relato dos discípulos de Emaús.

Os dois caminham para suas casas, tristes e desolados. A sua fé em Jesus apagou-se. Já não esperam nada Dele. Tudo foi uma ilusão. Jesus, que os segue sem se fazer notar, alcança-os e caminha com eles. Lucas expõe assim a situação: «Jesus começou a caminhar com eles, mas os seus olhos não eram capazes de reconhecê-Lo». Que podem fazer para experimentar sua presença viva junto deles?

O importante é que estes discípulos não esqueçam Jesus; «conversam e discutem» sobre Ele; recordam suas «palavras» e seus «atos» de grande profeta; deixam que aquele desconhecido lhes vá explicando o que aconteceu. Seus olhos não se abrem imediatamente, mas «seus corações começam a arder».

É a primeira coisa que necessitamos nas nossas comunidades: recordar Jesus, aprofundar a sua mensagem e na sua atuação, meditar na Sua crucificação... Se, em algum momento, Jesus nos comove, suas palavras nos alcançam por dentro e o nosso coração começa a arder, é sinal de que nossa fé está despertando.

Não é suficiente. Segundo Lucas, é necessária a experiência da ceia eucarística. Embora ainda não saibam quem ele é, os dois caminhantes sentem necessidade de estar com Jesus. Faz-lhes bem sua companhia. Não querem que os deixe: «Fica conosco». Lucas enfatiza com alegria: «Jesus veio para ficar com eles». No jantar, eles abrem os olhos.

Estas são as duas experiências-chave: sentir que o nosso coração arde ao recordar sua mensagem, sua atuação e toda sua vida; sentir que, ao celebrar a Eucaristia, sua pessoa nos alimenta, nos fortalece e nos conforta. Assim, cresce na igreja a fé no ressuscitado.


Fonte: IHU –Comentário do Evangelho

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