Ainda no clima da Festa de Corpus
Christi, mais uma maravilhosa reflexão sobre o texto do Evangelho segundo Lucas (9, 11b-17), que fala do milagre
de multiplicação dos pães (cinco pães e
dois peixes). Uma boa oportunidade para ler e meditar a Palavra de Deus e
confrontá-la com a nossa práxis.
O
comentário abaixo, é de autoria de M.
Asun Gutiérrez Cabriada, da comunidade de Irmãs Beneditinas do Mosteiro de
Montserrat, Espanha.
Não deixe de ler.
WCejnog
[Os interessados pedem ler esse texto em
apresentação de PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas: http://www.benedictinescat.com/montserrat/imatges/DomCorpC13port.pps Trabalho muito bonito!]
“Alimenta aquele que morre de fome,
porque se não o alimentas estás a matá-lo”.
Vaticano II - G.S. 69
porque se não o alimentas estás a matá-lo”.
Vaticano II - G.S. 69
Texto: Lucas 9, 11b-17. Corpo e Sangue de Jesus –C-
Comentários e apresentação: Asun Gutiérrez Cabriada.
Comentários e apresentação: Asun Gutiérrez Cabriada.
Naquele tempo, estava
Jesus a falar à multidão sobre o reino de Deus e a curar aqueles que
necessitavam.
Jesus acolhe, ensina, cura, dá de
comer. Não se limita a falar do Reino, põe-no em prática dando de comer e
curando os que necessitam.
Um dos traços característicos do
evangelho de Lucas é o das refeições de Jesus com publicanos e pecadores.
Nelas, com o seu acolhimento a todos, fazia experimentar a àqueles e àquelas
com quem partilhava mesa que Deus já estava cumprindo as suas promessas de
plenitude e de consolo.
O dia começava a
declinar. Então os Doze aproximaram-se e disseram-Lhe:
«Manda embora a
multidão para ir procurar pousada e alimento
às aldeias e casais
mais próximos, pois aqui estamos num local deserto».
Jesus não partilha o critério exclusivista dos que se
consideram grupo eleito, com mais direito a açambarcar e a estar próximo d’Ele
sem lhes importar o que aconteça aos outros.
Disse-lhes Jesus:
«Dai-lhes vós de comer».
“Dai-lhes vós de comer”. A recomendação de Jesus é para
cada um de nós. Dar de comer faz parte da missão do anúncio do Reino.
Jesus estabelece uma estreita relação entre o alimento espiritual e o alimento material.
Há alimentos suficientes para toda a humanidade, há meios para construir um mundo mais digno e justo par todos.
Hoje não seria necessário multiplicar
os alimentos, bastaria dividi-los justa, solidária e equitativamente. Jesus estabelece uma estreita relação entre o alimento espiritual e o alimento material.
Há alimentos suficientes para toda a humanidade, há meios para construir um mundo mais digno e justo par todos.
Jean Ziegler
O drama da fome no mundo, é o mais
grave dos dramas. Os meios de
comunicação social estão a fazer eco da fome que ameaça agora mesmo a mais de
cem milhões de pessoas no mundo. Cem
milhões a juntar à multidão de pessoas que cada ano morrem de fome e miséria.
Eis aqui as palavras rotundas de Jean Ziegler, delegado da ONU para assuntos
alimentares do “silencioso assassinato em massa” a que está a levar o
atual aumento de preços dos alimentos.
E não se morda a língua ao denunciar que “temos uma multidão de empresários, especuladores e bandidos financeiros que converteram em selvagem um mundo de desigualdade e de horror”.
E não se morda a língua ao denunciar que “temos uma multidão de empresários, especuladores e bandidos financeiros que converteram em selvagem um mundo de desigualdade e de horror”.
Ainda que pareça que nem a
compaixão pelos pobres nem o medo pela insegurança provoque no mundo rico, boa
parte do qual se declara cristão, alguma reacção séria, decidida, eficaz,
para mudar o atual estado de coisas.
Como é possível que esta mensagem não se
traduza em gestos concretos, em caminhos de amor e de justiça?
A campanha “Pobreza Zero”
disse-nos que “a humanidade tem hoje em suas mãos a capacidade de acabar com a
fome no mundo”. Convidou-nos a
reflectir: “Como julgará a História a uma geração que pôde acabar com a fome no
mundo e não o fez?”
.......
Te animo a procurar com outras pessoas, crentes e não
crentes, vias e ações de solidariedade para com as pessoas mais desfavorecidas do
nosso mundo.
Cumpriremos assim o desejo de Jesus: “Dai-lhes vós de comer!”.
Cumpriremos assim o desejo de Jesus: “Dai-lhes vós de comer!”.
Mas eles responderam:
«Não temos senão cinco
pães e dois peixes... Só se formos nós mesmos
comprar comida para
todo este povo».
Eram de facto uns
cinco mil homens. Disse Jesus aos discípulos:
«Mandai-os sentar por
grupos de cinquenta».
Eles assim fizeram, e
todos se sentaram.
Aparece a visão realista
dos discípulos: têm comida suficiente para eles, os outros, os que não têm, que
se arranjem como puderem.
Os seus valores continuam a ser os
da sociedade injusta à qual Jesus convida a renunciar: “Não leveis nem cajado, nem alforge, nem
dinheiro...”
E a visão utópica de
Jesus: dai-lhes de comer a todos. Não guardeis nada para vós.
A soluão não está em comprar. A solução está em partilhar. Essa é a lógica do Reino.
A soluão não está em comprar. A solução está em partilhar. Essa é a lógica do Reino.
Então Jesus tomou os
cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao Céu e pronunciou sobre eles a
bênção. Depois partiu-os e deu-os aos discípulos, para eles os distribuírem
pela multidão.
O anúncio do Reino abarca também a
solução das necessidades materiais das pessoas.
O gesto de Jesus recorda as suas refeições e a sua
recomendação de que façamos vida, em sua memória, o seu exemplo de acolhimento,
solidariedade, amor mútuo, vida partilhada, o seu convite a ser alimento e
alento para os outros.
Trata-se de fazer o que Ele fez e
viver como Ele viveu. Fazer vida e comunicar a sua Boa Notícia.
Todos comeram e
ficaram saciados;
e ainda recolheram
doze cestos dos pedaços que sobraram.
Quando se parte e reparte há de
sobra para todos. Todo o ato de fé e de bondade, todo o gesto de amor, toda a
palavra de ternura e perdão, toda a mostra de alegria, se multiplica e torna
mais feliz a nossa vida e a dos outros.
*********************
O milagre de partilhar
Aqui há cinco pães e
dois peixes!
São os primeiros do banquete.
E tu, o que é que tens?
Esvazia o teu alforge e, ligeiro,
pergunta ao teu companheiro
se quer pôr também ele aquilo que leva. Fazei passar a palavra.
Que se faça mesa fraterna;
que ninguém guarde o pão de hoje para amanhã.
Desprendei-vos do que levais às costas.
Levantai os olhos para o céu
e agradecei ao Deus da vida.
Os que nada tinham, repartiram.
Chegou para todos
e ainda sobrou para sonhar utopias.
Graças, Senhor,
por derrubares as nossas muralhas
e nos ensinares a partilhar
seguindo a tua Palavra.
F.Ulibarri.
São os primeiros do banquete.
E tu, o que é que tens?
Esvazia o teu alforge e, ligeiro,
pergunta ao teu companheiro
se quer pôr também ele aquilo que leva. Fazei passar a palavra.
Que se faça mesa fraterna;
que ninguém guarde o pão de hoje para amanhã.
Desprendei-vos do que levais às costas.
Levantai os olhos para o céu
e agradecei ao Deus da vida.
Os que nada tinham, repartiram.
Chegou para todos
e ainda sobrou para sonhar utopias.
Graças, Senhor,
por derrubares as nossas muralhas
e nos ensinares a partilhar
seguindo a tua Palavra.
F.Ulibarri.
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