Jesus
ressuscita um jovem, filho único de uma viúva... O milagre faz que ”o medo se
apodera de todos e glorificam a Deus...!”
Uma reflexão
sobre este episódio, descrito no Evangelho (Lc 7, 11-17), foi publicada no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU) e é de autoria do padre e teólogo
espanhol José Antônio Pagola.
Convicto
de que as coisas boas merecem ser divulgadas e compartilhadas, trago essa reflexão também para o blog Indagações.
Não deixe
de ler.
WCejnog
Notícias
Sexta, 07 de junho de 2013
O sofrimento deve ser levado a sério
A
leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo
Lucas 7, 11-17, que corresponde ao 10º Domingo do Tempo Ordinário, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Lucas 7, 11-17, que corresponde ao 10º Domingo do Tempo Ordinário, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis
o texto
Fonte: http://migre.me/eSJZK
Jesus
chega a Naim quando na pequena aldeia está acontecendo um acontecimento muito
triste. Jesus vem pelo caminho, acompanhado pelos seus discípulos e de um
grande grupo de gente. Da aldeia sai um cortejo fúnebre a caminho do cemitério.
Uma mãe viúva, acompanhada pelos seus vizinhos, leva a enterrar o seu único
filho.
Em
poucas palavras, Lucas descreve-nos a trágica situação da mulher. É uma viúva,
sem esposo que a cuide e proteja naquela sociedade controlada pelos homens.
Restava-lhe apenas um filho, mas também este acaba de morrer. A mulher não diz
nada. Só chora a sua dor. Que será dela?
O
encontro foi inesperado. Jesus vinha anunciar também em Naim a Boa Nova de
Deus. Qual será a sua reação? Segundo o relato, “Ao vê-la, o Senhor teve
compaixão dela, e lhe disse: “Não chore!”. É difícil descrever melhor o Profeta da compaixão de Deus.
Não
conhece a mulher, mas olha-a detidamente. Capta a sua dor e solidão e comove-se
no seu íntimo. O abatimento daquela mulher chega até seu interior. A sua reação
é imediata: “Não chore”.
Jesus não pode ver ninguém chorar. Necessita intervir.
Não
pensa duas vezes. Aproxima-se do féretro, detém o enterro e diz ao morto:
“Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!”. Quando
o jovem se reincorpora e começa a falar, Jesus “entrega-o à sua mãe” para que
deixe de chorar. De novo estão juntos. A mãe já não estará só.
Tudo
parece simples. O relato não insiste no aspeto prodigioso do que acaba de fazer
Jesus. Convida os seus leitores para ver nele a revelação de Deus como Mistério
da compaixão e Força de vida, capaz de salvar até da morte. É a compaixão de Deus o que faz ser
Jesus tão sensível ao sofrimento das pessoas.
Na
Igreja temos de recuperar o quanto antes a compaixão como o estilo de vida
próprio dos seguidores de Jesus. Temos que resgatá-la de uma concepção
sentimental e moralizante que a desprestigiou. A compaixão que exige justiça é o grande mandato de
Jesus: “Sede compassivos como o vosso Pai é compassivo”.
Esta
compaixão é mais necessária do que nunca. Desde
os centros de poder, tudo se tem em conta antes do sofrimento das vítimas.
Funciona-se como se não houvesse afligidos nem perdedores. Desde as comunidades
de Jesus se tem que escutar um grito de indignação absoluta: o sofrimento dos
inocentes tem de ser tomado a sério; não pode ser aceito socialmente como algo
normal, pois é inaceitável para Deus. Ele não quer ver ninguém a chorar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário