Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A decisão mais importante. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!


“O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo.
O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra.” (Mt 13, 44-46)

A mensagem das parábolas do tesouro e da pérola valiosa sempre nos parece tão simples e óbvia... Mas, será que realmente entendemos qual é o recado que Jesus dirige aqui a todos os seus discípulos e, portanto, também a cada um de nós? – Eis a pergunta!

Sobre isso trata o texto que hoje trago para o blog Indagações-Zapytania. É uma reflexão curta, porém, muito concreta, que tem como fundo o texto Mt 13, 44-46.  É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.

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IHU – Notícias
Sexta, 25 de julho de 2014.
                                       
A decisão mais importante

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13, 44-52 que corresponde ao 17º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto


 O evangelho recolhe duas breves parábolas de Jesus com uma mesma mensagem. Em ambos os relatos, o protagonista descobre um tesouro enormemente valioso ou uma pérola de valor incalculável. E os dois reagem do mesmo modo: vendem com alegria e decisão o que têm, e ficam com o tesouro ou a pérola. Segundo Jesus, assim reagem os que descobrem o reino de Deus.

Ao que parece, Jesus teme que as pessoas o sigam por interesses diversos, sem descobrir o mais atrativo e importante: esse projeto apaixonante do Pai, que consiste em conduzir a humanidade para um mundo mais justo, fraterno e feliz, encaminhando-o assim para a sua salvação definitiva em Deus.

Que podemos dizer hoje depois de vinte séculos de cristianismo? Por que tantos cristãos bons vivem encerrados na sua prática religiosa com a sensação de não ter descoberto nela nenhum “tesouro”? Onde está a raiz última dessa falta de entusiasmo e alegria em não poucos âmbitos da nossa Igreja, incapaz de atrair para o núcleo do Evangelho a tantos homens e mulheres que se vão afastando dela, sem renunciar por isso a Deus nem a Jesus?

Depois do Concílio, Paulo VI fez esta afirmação rotunda: ”Só o reino de Deus é absoluto. Tudo o mais é relativo”. Anos mais tarde, João Paulo II reafirmou-o dizendo: “A Igreja não é ela o seu próprio fim, pois está orientada para o reino de Deus do qual é gérmen, sinal e instrumento”. o Papa Francisco vem repetindo: “O projeto de Jesus é instaurar o reino de Deus”.

Se esta é a fé da Igreja, por que há cristãos que nem sequer ouviram falar deste projeto que Jesus chamava “reino de Deus”? Por que não sabem que a paixão que animou toda a vida de Jesus, a razão de ser e o objetivo de toda a sua atuação, foi anunciar e promover esse projeto humanizador do Pai: procurar o reino de Deus e a Sua justiça?

A Igreja não pode renovar-se desde a sua raiz se não descobre o “tesouro” do reino de Deus. Não é o mesmo chamar os cristãos a colaborar com Deus no seu grande projeto de fazer um mundo mais humano, do que viver distraídos em práticas e costumes que nos fazem esquecer o verdadeiro núcleo do Evangelho.

O Papa Francisco nos diz que “o reino de Deus reclama-nos”. Este grito nos leva desde o coração do Evangelho. Temos que escutá-lo. Seguramente, a decisão mais importante que temos de tomar hoje na Igreja e nas nossas comunidades cristãs é a de recuperar o projeto do reino de Deus com alegria e entusiasmo.

Fonte: IHU - Notícias 

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