Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Semear. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!

O Semeador - Van Gogh. Fonte: (Vincent van Gogh Stichting, 1888) 
Fonte: Van Gogh Museum, Amsterdam.

"Um semeador saiu a semear.” (Mt 13,3

Trago para o blog Indagações-Zapytania uma reflexão bem concreta e muito proveitosa sobre o texto Mt 13,1-23
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. 
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU – Notícias
Sexta, 11 de julho de 2014.

Semear

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,1-23 que corresponde a 15º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.


Eis o texto

Quando acabou o relato da parábola do semeador, Jesus realiza esta chamada: “Quem tem ouvidos, ouça!”. Pede-nos muita atenção na parábola. Mas em que devemos refletir? No semeador? Na semente? Nos diferentes terrenos?

Tradicionalmente, o cristão prestou atenção quase exclusivamente aos terrenos onde cai a semente para revisar sua atitude quando escuta o Evangelho. Porém é importante prestar atenção ao semeador e sua forma de semear.

É o primeiro que diz o relato: “O semeador saiu para semear”.  Ele o faz com uma confiança surpreendente. Semeia de forma abundante. 

A semente cai e ela cai por todas as partes ainda por onde parece difícil que uma semente possa germinar. Desta forma faziam-no os camponeses da Galileia que semeavam ainda na beira dos caminhos e nos terrenos pedregosos.

Para as pessoas é fácil identificar o semeador. Jesus semeia sua mensagem dessa forma. Eles o veem sair todas as manhãs para anunciar a Boa Notícia de Deus. Semeia sua Palavra entre as pessoas simples que o recebem, e também entre os escribas e fariseus que o rejeitam. Ele nunca se desalenta. Sua semeadura não será estéril.
Transbordados por uma forte crise religiosa, podemos pensar que o Evangelho perdeu sua força original e que a mensagem de Jesus já não tem força para atrair a atenção do homem ou da mulher de hoje. Certamente não é o momento de colher êxitos chamativos, senão de aprender a semear sem desanimarmos, com mais humildade e verdade.

Não é o Evangelho que perdeu força humanizadora, somos nós que estamos anunciando-o com uma fé débil e vacilante. Não é Jesus quem perdeu o poder de atração. Somos nós que o desvirtuamos com nossas incoerências e contradições.

O Papa Francisco disse que quando um cristão não vive uma forte adesão a Jesus, “cedo perde o entusiasmo e deixa de estar firme naquilo que transmite, falta nele força e paixão. E uma pessoa que não está convencida, entusiasmada, firme, enamorada, não convence ninguém”.

Evangelizar não é propagar uma doutrina, senão fazer presente no meio da sociedade e no coração das pessoas a força humanizadora e salvadora de Jesus. E isto não se pode realizar de qualquer forma. O mais decisivo não é o número de pregadores, catequistas e professores de religião, mas a qualidade evangélica que o cristão pode irradiar. O que contagiamos? Indiferença ou uma fé convencida? Mediocridade ou paixão por uma vida mais humana?

Fonte:IHU - Notícias




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