O
Semeador - Van Gogh. Fonte: (Vincent van Gogh Stichting, 1888)
Fonte: Van Gogh
Museum, Amsterdam.
"Um semeador saiu a semear.” (Mt 13,3
Trago para o blog
Indagações-Zapytania uma reflexão bem concreta e muito proveitosa sobre o texto
Mt 13,1-23.
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola.
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola.
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU – Notícias
Sexta, 11 de julho
de 2014.
Semear
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,1-23 que corresponde a 15º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o
texto
Quando acabou o
relato da parábola do semeador, Jesus realiza esta
chamada: “Quem tem ouvidos, ouça!”. Pede-nos muita atenção na parábola. Mas em
que devemos refletir? No semeador? Na semente? Nos diferentes terrenos?
Tradicionalmente,
o cristão prestou atenção quase exclusivamente aos terrenos onde cai a semente
para revisar sua atitude quando escuta o Evangelho. Porém é
importante prestar atenção ao semeador e sua forma de semear.
É o primeiro que
diz o relato: “O semeador saiu para semear”. Ele o faz com uma confiança
surpreendente. Semeia de forma abundante.
A semente cai e ela cai
por todas as partes ainda por onde parece difícil que uma semente possa
germinar. Desta forma faziam-no os camponeses da Galileia que
semeavam ainda na beira dos caminhos e nos terrenos pedregosos.
Para as pessoas
é fácil identificar o semeador. Jesus semeia sua mensagem dessa forma. Eles o
veem sair todas as manhãs para anunciar a Boa Notícia de Deus. Semeia sua
Palavra entre as pessoas simples que o recebem, e também entre os escribas e
fariseus que o rejeitam. Ele nunca se desalenta. Sua
semeadura não será estéril.
Transbordados
por uma forte crise religiosa, podemos pensar que o Evangelho perdeu sua força
original e que a mensagem de Jesus já não tem força para atrair a atenção do
homem ou da mulher de hoje. Certamente não
é o momento de colher êxitos chamativos, senão de aprender a semear sem
desanimarmos, com mais humildade e verdade.
Não é o
Evangelho que perdeu força humanizadora, somos nós que estamos anunciando-o com
uma fé débil e vacilante. Não é Jesus quem perdeu o poder de atração. Somos
nós que o desvirtuamos com nossas incoerências e contradições.
O Papa Francisco
disse que quando um cristão não vive uma forte adesão a Jesus, “cedo perde o
entusiasmo e deixa de estar firme naquilo que transmite, falta nele força e
paixão. E uma pessoa que não está convencida, entusiasmada, firme, enamorada, não
convence ninguém”.
Evangelizar não
é propagar uma doutrina, senão fazer presente no meio da sociedade e no coração
das pessoas a força humanizadora e salvadora de Jesus. E isto não se pode
realizar de qualquer forma. O mais decisivo não é o número de pregadores,
catequistas e professores de religião, mas a qualidade evangélica que o cristão
pode irradiar. O que contagiamos? Indiferença ou
uma fé convencida? Mediocridade ou paixão por uma vida mais humana?
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