Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 18 de julho de 2014

“Importância do pequeno.” – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


“Aquele que semeia a boa semente é o Filho do homem e o campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino.
(...) Quem tem ouvidos, ouça.” (Mt 13, 37-38.43)

Abaixo, uma reflexão bem curta, porém, muito concreta e atual, que tem como fundo o texto Mt 13,31-43. As parábolas do grão de mostarda e do fermento são muito significativas e mostram aos seguidores de Cristo a maneira concreta de atuar neste mundo para colocar em prática o projeto humanizador de Deus Pai.

O texto é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
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IHU – Notícias
Sexta, 18 de julho de 2014.

Importância do pequeno


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,24-43 que corresponde a 16º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto


Ao cristianismo causou muito dano, ao longo dos séculos, o triunfalismo, a sede de poder e o afã de impor-se aos seus adversários. Todavia há cristãos que anseiam por uma Igreja poderosa que encha os templos, conquiste as ruas e imponha a sua religião a toda a sociedade.

Temos de voltar a ler duas pequenas parábolas em que Jesus deixa claro que a tarefa dos seus seguidores não é construir uma religião poderosa, mas pôr-se a serviço do projeto humanizador do Pai (o reino de Deus), semeando pequenas “sementes” de Evangelho  e introduzindo-se na sociedade como pequeno “fermento” de vida humana.


A primeira parábola fala de um grão de mostarda que se semeia num terreno. Que tem de especial esta semente? Que é a menor de todas, mas, quando cresce, converte-se num arbusto maior que as restantes. O projeto do Pai tem um início muito humilde, mas a sua força transformadora não a podemos agora nem imaginar.


A atividade de Jesus na Galileia semeando gestos de bondade e de justiça não é nada grandiosa ou espetacular: nem em Roma nem no Templo de Jerusalém são conscientes do que está acontecendo. O trabalho que realizam hoje os seus seguidores é insignificante: os centros de poder o ignoram.

Inclusive, os mesmos cristãos podem pensar que é inútil trabalhar por um mundo melhor: o ser humano volta uma e outra vez a cometer os mesmos horrores de sempre. Não somos capazes de captar o lento crescimento do reino de Deus.

A segunda parábola fala de uma mulher que introduz um pouco de fermento numa massa grande de farinha. Sem que ninguém saiba como, o fermento vai trabalhando silenciosamente a massa até fermentá-la inteiramente.

Assim sucede com o projeto humanizador de Deus. Uma vez que é introduzido no mundo, vai transformando profundamente a história humana. Deus não atua impondo-se de fora. Humaniza o mundo atraindo as consciências dos seus filhos para uma vida mais digna, justa e fraterna.

Temos de confiar em Jesus. O reino de Deus sempre é algo humilde e pequeno nos seus começos, mas Deus está já trabalhando entre nós promovendo a solidariedade, o desejo de verdade e de justiça, o desejo de um mundo mais feliz. Temos de colaborar com Ele seguindo Jesus.

Uma Igreja menos poderosa, mais desprovida de privilégios, mais pobre e mais próxima dos pobres, sempre será uma Igreja mais livre para semear sementes de evangelho, e mais humilde para viver no meio das pessoas como fermento de uma vida mais digna e fraterna.





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