“Aquele que semeia a boa semente é o
Filho do homem e o campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino.
(...) Quem tem ouvidos, ouça.” (Mt 13,
37-38.43)
Abaixo,
uma reflexão bem curta, porém, muito concreta e atual, que tem como fundo o
texto Mt 13,31-43. As parábolas do grão de mostarda e do
fermento são muito significativas e mostram aos seguidores de Cristo a maneira
concreta de atuar neste mundo para colocar em prática o projeto humanizador de
Deus Pai.
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnog
IHU
– Notícias
Sexta,
18 de julho de 2014.
Importância do
pequeno
Eis o texto
Ao
cristianismo causou muito dano, ao longo dos séculos, o triunfalismo, a sede de
poder e o afã de impor-se aos seus adversários. Todavia há cristãos que
anseiam por uma Igreja poderosa que encha os templos, conquiste
as ruas e imponha a sua religião a toda a sociedade.
Temos
de voltar a ler duas pequenas parábolas em que Jesus deixa claro que a tarefa
dos seus seguidores não é construir uma religião poderosa, mas pôr-se a serviço
do projeto humanizador do Pai (o reino de Deus), semeando pequenas
“sementes” de Evangelho e
introduzindo-se na sociedade como pequeno “fermento” de vida humana.
A
primeira parábola fala de um grão de mostarda que se semeia num
terreno. Que tem de especial esta semente? Que é a menor de todas, mas, quando
cresce, converte-se num arbusto maior que as restantes. O projeto do Pai tem um
início muito humilde, mas a sua força transformadora não a podemos agora nem
imaginar.
A
atividade de Jesus na Galileia semeando gestos de bondade e de justiça não é
nada grandiosa ou espetacular: nem em Roma nem no Templo de Jerusalém são
conscientes do que está acontecendo. O trabalho que realizam hoje os seus
seguidores é insignificante: os centros de poder o ignoram.
Inclusive,
os mesmos cristãos podem pensar que é inútil trabalhar por um mundo melhor: o
ser humano volta uma e outra vez a cometer os mesmos horrores de sempre. Não
somos capazes de captar o lento crescimento do reino de Deus.
Assim
sucede com o projeto humanizador de Deus. Uma vez que é introduzido no mundo,
vai transformando profundamente a história humana. Deus não atua impondo-se de
fora. Humaniza o mundo atraindo as consciências dos seus filhos para uma vida
mais digna, justa e fraterna.
Temos
de confiar em Jesus. O reino de Deus sempre é algo humilde e pequeno nos
seus começos, mas Deus está já trabalhando entre nós promovendo
a solidariedade, o desejo de verdade e de justiça, o desejo de um mundo mais
feliz. Temos de colaborar com Ele seguindo Jesus.
Uma Igreja menos poderosa, mais desprovida de privilégios, mais
pobre e mais próxima dos pobres,
sempre será uma Igreja mais livre para semear sementes de evangelho, e mais
humilde para viver no meio das pessoas como fermento de uma vida mais digna e
fraterna.
Fonte: IHU - Notícias
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